BIOMETRIA FOLIAR DE Rhizophora mangle L. (RHIZOPHORACEAE) NO RIO PIRAQUE-AÇÚ – ARACRUZ, ES

Autores

  • Maykol Hoffmann Silva Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
  • Lucas de Almeida Leite Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
  • Sávia Soares Pascoalini Fundação Espírito-santense de Tecnologia - FEST
  • Dielle Meire de Santana Lopes Fundação Espírito-santense de Tecnologia - FEST
  • Ully Depolo Barcelos Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
  • Antelmo Ralph Falqueto Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
  • Mônica Maria Pereira Tognella Universidade Federal do Espírito Santo - UFES

Resumo

Rhizophora mangle L. é a espécie arbórea de manguezal mais abundante no litoral brasileiro. No ecossistema está sujeita a tensões como variação de salinidade, maré e temperatura, sendo reconhecida como indicador ambiental, por ser sensível à essas variações e a poluição. As folhas de R. mangle desempenham papel importante na osmorregulação, exibindo variada plasticidade de respostas. Essa característica permite que dados de biometria foliar possam ser considerados indicadores de estresse ambiental. Dessa forma, o objetivo do trabalho foi avaliar a biometria foliar de R. mangle em dois bosques de manguezal em pontos diferentes no gradiente salino do estuário. As coletas foram realizadas entre abril e junho de 2019 em duas florestas de franja no manguezal do rio Piraque-Açu, Aracruz, Espírito Santo. Em cada área amostral foram escolhidos cinco espécimes de R. mangle, sendo coletadas 15 folhas do segundo par foliar, totalmente expandidas e intactas por espécime. Cada lâmina foliar teve seu comprimento (C) e largura (L) medidos com auxílio de régua calibrada em centímetros. Posteriormente calculou-se a área foliar (AF = Π * (C/2) * (L/2)) e a razão entre comprimento e largura. A salinidade local foi aferida com sensor multiparâmetro (Hach). Os dados foram submetidos ao teste de Tukey com 5% de significância. As médias de salinidade para cada ponto foram de 22 (P1) e 15 (P2) com diferença estatística entre elas. A razão entre comprimento e largura foliar não apresentou diferença significativa (p ≥ 0,05), mantendo média de 2,25 (P1) e 2,23 (P2). Os dados para este parâmetro indicam que as folhas estão saudáveis e similares entre os pontos. Inversamente, os dados de comprimento (P1: 10,59 cm e P2: 11,67 cm), largura (P1: 4,73 cm e P2: 5,28 cm) e área foliar (P1: 39,59 cm² e P2: 48,66 cm²) apresentaram diferença significativa entre os pontos (p ≤ 0,05), sendo menores no ponto 1. A literatura sugere modificações na área foliar em função de gradiente de salinidade. Assim, a presença de R. mangle em áreas mais salinas provocaria redução foliar causada pela osmolalidade da seiva e diminuição do espaço intracelular. Os dados deste estudo indicam não haver estresse salino, confirmando que as florestas analisadas se encontram dentro dos limites de tolerância da espécie, por isso dominante nas áreas amostrais. Somado as proporções foliares obtidas, semelhantes àquelas esperadas em manguezais saudáveis, os resultados indicam que nas florestas de franja analisadas, R. mangle possui características foliares esperadas para manguezais preservados.

Palavras-chave: Mangue Vermelho. Bioindicador. Estresse Salino. Conservação.

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Publicado

15-04-2021