ACÚMULO DE CARBOIDRATOS EM SEMENTES DE Myrsine coriacea AO LONGO DE UM GRADIENTE DE ALTITUDE

Autores

  • Victória Gasparini Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
  • Iara Barreto Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
  • Paulo Cezar Cavatte Universidade Federal do Espírito Santo - UFES

Resumo

As modificações dos ecossistemas ocasionadas pela fragmentação de habitat e mudanças climáticas, geram diferentes respostas das espécies inseridas nestes ambientes, afetando a conservação da biodiversidade e restauração ecológica local. O Brasil abrange biomas com grandes níveis de endemismo e biodiversidade, que são afetados diariamente por ações antrópicas. Dentre as espécies nativas da floresta Atlântica, com potencial para restauração ecológica, ocorrentes no estado do Espírito Santo, destaca-se a Myrsine coriacea, planta arbórea que apresenta um alto polimorfismo e capacidade de ocupação primária, manifestando características primordiais para a recuperação de áreas degradadas. O objetivo deste trabalho foi avaliar a mudança na morfologia e no acúmulo de compostos químicos, em sementes de Myrsine coriacea ao longo de um gradiente de altitude, de diferentes locais, abrangendo condições distintas de habitat e de respostas ao ambiente, a fim de fornecer mais conhecimento sobre a espécie. Para isso, sementes de 10 populações originadas de diferentes localidades e altitudes no estado do Espírito Santo, foram analisadas com enfoque em sua morfologia, quanto ao seu diâmetro, e sua composição química, principalmente carboidratos. Variações significativas entre as populações foram encontradas nos diâmetros das sementes, teores de açúcares solúveis e amido. A altitude exerce influência para o tamanho das sementes, onde apresenta um menor diâmetro nas populações alocadas em maiores altitudes, evidenciando uma limitação do processo fotossintético local e da disponibilidade de fotoassimilados para o crescimento das mesmas. Os teores de açúcares solúveis totais e amido nas sementes não variam de forma discrepante entre as diferentes altitudes, dependendo em sua maior parte de outros fatores para o seu acúmulo, como disponibilidade hídrica em época de frutificação. Portanto, com o aumento da altitude, as sementes apresentam uma diminuição em seu tamanho e diferentes concentrações de carboidratos, demonstrando uma efetiva plasticidade fenotípica da espécie, o que favorece sua ocorrência em diferentes habitats.

Palavras-chave: Myrsine coriácea. Altitude. Variação de compostos.

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Publicado

30-06-2020