Nação e educação no pensamento de Edgard Roquette-Pinto

Abstract

Delimitar e compreender o pensamento de Roquette-Pinto, intelectual brasileiro nascido no Rio de Janeiro em fins do século XIX, e buscar situá-lo no meio intelectual de sua época é o objetivo mais geral desta comunicação. Não ignoraremos sua trajetória enquanto médico e antropólogo, mas, o foco de nosso trabalho é sua atuação enquanto educador, divulgador da ciência e
funcionário do Estado, especialmente na época em que foi diretor do Museu Nacional. A fim de alcançarmos nosso objetivo analisaremos a Revista Nacional de Educação, que circulou de 1932 a 1934 e foi idealizada por Edgard Roquette-Pinto quando era diretor do Museu Nacional.O objetivo era distribuir a revista gratuitamente por todo país desafiando os problemas de comunicação e integração do território nacional e, dessa forma, concretizar a ambiciosa
pretensão que a epígrafe da revista já trazia de antemão: ser “o conforto moral da ciência e da arte em todos os lares brasileiros”. A escolha por esse material se justifica pelo nosso interesse em discutir as ações tomadas pelos intelectuais de princípios do século XX frente à constatação do atraso brasileiro. Que soluções esses homens de ciência propunham para enfrentar os problemas brasileiros? Como o Brasil poderia chegar ao tão sonhado progresso, que caminho o país deveria trilhar e quem deveria estar na dianteira deste processo? Frente esses questionamentos, que nos remetem ao contexto brasileiro de início do século XX, incluiremos Roquette-Pinto neste debate mais geral. De que modo participou dessas discussões e contribuiu para que as teorias científicas de cunho racistas se tornassem obsoletas e, desta maneira, colaborou significativamente para a alteração dos rumos das fervorosas discussões sobre os principais problemas do Brasil de início do século XX. Nesta comunicação pretendemos discutir o andamento da nossa pesquisa e de nossa proposição inicial, a saber, que o periódico encampa um determinado projeto de construção da nação brasileira: a solução para os problemas nacionais não é transformar os mestiços em brancos, mas educar a todos.