VOZES DA RESISTÊNCIA: A PRODUÇÃO DE VIDEOCAST COMO POSSIBILIDADE DE (RE)SIGNIFICAÇÃO PEDAGÓGICA DO PORTO DE SÃO MATEUS
Resumen
O Porto de São Mateus, no Espírito Santo, apresenta duas faces. Por um lado compreende um lugar emblemático que manifesta o racismo estrutural brasileiro, enraizado no tráfico atlântico e na exploração da mão de obra escravizada. Por outro, representa um território de forte resistência cultural negra, cuja ancestralidade se perpetua na identidade local. Neste estudo, relata-se a experiência vivenciada em uma atividade acadêmica que culminou com a confecção de um videocast que se debruçou sobre a história, a cultura, o racismo e outros aspectos que perpassam o Porto com objetivo de analisar o seu potencial para uma educação ambiental crítico-decolonial. Além da urgência de se combater o apagamento histórico que envolve o Porto, com a realização do videocast buscou-se alinhar a cultura digital como forma de efetivação da Lei 10.639/2003, que obriga o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira. A metodologia adotada combina a análise teórica de referenciais sobre racismo, memória social e pedagogias decoloniais com o relato de experiência do processo de produção do videocast. As considerações finais apontam que o produto audiovisual, ao priorizar a oralidade e a inclusão das vozes da comunidade negra local, configura-se como uma prática de educação ambiental crítico-decolonial. Nesse contexto, ainda promoveu o protagonismo estudantil e reuniu elementos para o empoderamento racial através da reescrita da memória regional.
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