A MEDICALIZAÇÃO NA INFÂNCIA E OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO DO CAMPO
Résumé
A MEDICALIZAÇÃO NA INFÂNCIA E OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO DO CAMPO
NEVES, Vagner Rangel1
Resumo
O presente estudo tem como objetivo analisar os impactos da medicalização na infância no contexto da Educação do Campo, refletindo sobre como a patologização de comportamentos e dificuldades escolares afeta o processo educativo em comunidades rurais. A pesquisa parte da observação de que as políticas educacionais e de saúde ainda são majoritariamente formuladas a partir de uma lógica urbana, o que gera tensões e inadequações quando aplicadas às realidades do campo. A justificativa reside na necessidade de compreender como a medicalização se manifesta em espaços onde a infância é marcada por diferentes modos de vida, tempos e saberes, frequentemente desconsiderados pelas avaliações e diagnósticos escolares padronizados. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa qualitativa de base bibliográfica, fundamentada em autores que abordam a Educação do Campo, os direitos das crianças e a crítica à medicalização da aprendizagem. A análise indica que a tendência de interpretar as diferenças culturais, linguísticas e cognitivas das crianças do campo como “atrasos” ou “transtornos” reforça práticas de exclusão e invisibiliza o valor dos saberes tradicionais e das formas próprias de aprender. Conclui-se que o enfrentamento da medicalização no campo exige a valorização das identidades camponesas, a formação docente voltada à diversidade sociocultural e o fortalecimento de práticas pedagógicas contextualizadas, capazes de reconhecer o território e a cultura como partes constitutivas do processo educativo.
Palavras-chave: Educação do Campo. Medicalização. Infância. Diversidade cultural. Formação docente.
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