O CONDOMÍNIO DO CONFLITO
Resumo
RESUMO: O presente artigo tem por finalidade expor os impactos decorrentes da construção de três condomínios produzidos no âmbito do Minha Casa Minha Vida (PMCMV). A metodologia do trabalho pautou-se em conversas informais, entrevistas semi-estruturada e fotografias, com intuito de verificar as origens do problema e como ele foi se manifestando. Entretanto, tivemos como fio condutor também a percepção dos antigos moradores, pois eles são os atores que estão sendo afetados pelo empreendimento imobiliário e conferindo a estes atores uma centralidade no trabalho que, a saber são: os residentes da rua João Manoel de Faria, bairro do Jockey Club o qual localiza-se na cidade de Campos dos Goytacazes/RJ.
Palavras-chave: Condomínio, Impactos, Moradores.
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Referências
Nos enclaves, o objetivo é segregar e mudar o caráter da vida pública, transferindo atividades antes realizadas em espaços públicos heterogêneos para espaços privados que foram construídos como ambientes socialmente homogêneos, e destruindo o potencial das ruas de fornecer espaços para interações anônimas e tolerantes (CALDEIRA, 2000, p. 313).
A cidade contemporânea revela estas contradições na medida em que é produzida pela funcionalização dos lugares da vida, que os autonomiza, tendo também seu uso limitado por ela. Uma conquista da modernidade foi fragmentar a vida cotidiana, separando-a em espaços-tempos bem definidos e recortados, com funções específicas que apontam a condição objetiva do ser humano cindido e envolto no individualismo, preso ao mundo da mercadoria. O estágio atual da economia potencializa a cidade enquanto concentração da riqueza, poder, da riqueza mobiliária à imobiliária, permitindo a generalização do mundo da mercadoria que torna o uso do espaço da cidade cada vez mais dominado pelo valor de troca, no movimento que metamorfoseia o cidadão em consumidor. A produção a cidade comandada pelo econômico elimina aos poucos o sentido da cidade como obra, espaços de criação e gozo (CARLOS, 2015, p.134).
A vivência em condomínios fechados horizontais configura uma organização do espaço urbano que reproduz o comportamento social existente nos dias de hoje, cuja característica mais proeminente é a do processo de individualização do ser humano. Este fenômeno faz parte do desenvolvimento urbano de uma sociedade capitalista (KÖRBES, 2008, p.32).
Nesse contexto, o próprio espaço assume a condição de mercadoria como todos os produtos dessa sociedade. A produção do espaço se insere, assim, na lógica da produção capitalista que transforma todo o produto dessa produção em mercadoria. A lógica do capital fez com que todo o uso (acesso necessário à realização da vida) fosse redefinido pelo de troca e, com isso, o passasse a determinar os contornos e sentidos da apropriação do espaço, pelos membros da sociedade (CARLOS, 2015, p. 64).
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