INCLUSÃO ESCOLAR E DOCÊNCIA: REFLEXÕES E TESSITURAS

Autores

  • Ana Carolina Lopes Venâncio Universidade Federal do Paraná
  • Paula Maria Ferreira de Faria Universidade Federal do Paraná
  • Denise de Camargo Universidade Federal do Paraná

Resumo

O panorama atual da educação inclusiva no Brasil revela a necessidade da
reflexão e da adoção de práticas que permitam, para além do cumprimento da
determinação legal do acesso aos estudantes com necessidades educacionais
especiais, sua permanência e a consecução efetiva da inclusão – ou seja, a
aprendizagem real e significativa de todos e cada um dos estudantes.
Considerando a realidade contemporânea e as dificuldades que se impõem à
consolidação da inclusão escolar, o objetivo deste artigo é refletir acerca de
como os docentes têm vivenciado a realidade da inclusão escolar. Para esse
fim apresentamos a síntese dos achados de duas pesquisas qualitativas
(doutorado e mestrado em Educação) desenvolvidas junto a professores
inclusivos dos anos iniciais do Ensino Fundamental de uma capital brasileira,
realizadas entre os anos de 2014 e 2018. A pesquisa de doutorado avaliou um
Grupo de Apoio Entre Professores (GAEP) como estratégia de reorganização
do trabalho pedagógico frente à diversidade. A pesquisa de mestrado
investigou as emoções docentes em relação à inclusão escolar. Ambos os
estudos se fundamentam nos pressupostos teórico-epistemológicos da Teoria
Histórico-cultural. As pesquisas indicam que a formação docente é
constantemente problematizada, embora muitas vezes essa discussão se dirija
somente a estratégias didático-metodológicas de cunho cognitivo, ignorando a
influência dos aspectos emocionais – especificamente, a forma como as
emoções docentes afetam as práticas de ensino e aprendizagem na inclusão
escolar. A formação de Grupos de Apoio Entre Professores é uma estratégia
que pode contribuir à essa formação, fundamentada em uma perspectiva
colaborativa de trabalho que amplia repertórios e respostas à diversidade Por meio de estratégias tais como a formação de GAEPs, os docentes podem cada
vez mais assumir o protagonismo ativo e crítico de seu trabalho, libertando-se
das amarras reprodutivistas que limitam suas práticas a modelos
predeterminados que determinam suas formas de ser, pensar e (não) sentir.
Palavras-chave: Inclusão escolar. Formação docente. Teoria
Histórico-Cultural. Emoções. Grupos de Apoio Entre Professores. 

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Publicado

28-02-2021