Emoções corporificadas: uma perspectiva sistêmica sobre estados emocionais
DOI:
https://doi.org/10.47456/sofia.v8i1.23774Resumo
A tese principal deste artigo é que emoções são parcialmente constituídas por estados corporais. No centro da discussão está a tradição James-Lange e serão estabelecidas duas premissas para identificar as abordagens mais relevantes acerca desse ponto: (i) a Premissa de James, que será investigada a partir do trabalho do próprio autor; e (ii) a Premissa de Lange, que será investigada a partir do trabalho de Prinz. Embora se inscreva na mesma tradição, a perspectiva apresentada neste artigo diverge de ambas posições ao defender uma visão sistêmica, na qual as emoções são constituídas tanto por estados periféricos corporificados quanto por estados cerebrais. A visão sistêmica parece vulnerável a duas críticas principais: (i) de que as emoções, ao contrário de estados corporais, possuem intencionalidade; e (ii) as neurociências mapearam as bases neurais das emoções, então não há motivo para colocar fora do cérebro os componentes que as constituem. Em relação à primeira crítica, argumenta-se que as emoções não possuem intencionalidade direta, uma vez que não influenciam os comportamentos de modo específico, como objetos ou conteúdos representacionais o fazem. No tocante à segunda crítica, as conclusões das neurociências dizem menos do que aparentam acerca dos constituintes das emoções. A confusão na literatura empírica resulta da falha em distinguir corretamente emoções de desejos. Isso será realizado mediante a análise do debate entre as teorias de James-Lange para, posteriormente, mostrar como a Premissa de Lange desconstrói teorias relevantes desta posição, inclusive a sua própria.
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