O Debate Taylor-Kuhn sobre a distinção entre as ciências naturais e sociais
DOI:
https://doi.org/10.47456/sofia.v14i1.46480Palavras-chave:
Charles Taylor, Thomas S. Kuhn, ciência normal, hermenêutica, valores epistêmicosResumo
Este artigo tem por objetivo esclarecer os pontos relevantes no debate contemporâneo da distinção entre as ciências naturais e ciências humanas realizado por Charles Taylor e Thomas S. Kuhn. Inicialmente, procuramos elucidar relações entre a Antropologia Filosófica e o esforço de definição das denominadas Ciências da Natureza e Ciências do Espírito desenvolvidas na obra de Wilhelm Dilthey, base para Taylor em seu artigo Interpretation and the Sciences of Man. Assim, Kuhn discutirá o capítulo de Taylor em As ciências naturais e as ciências humanas que envolvem críticas sobre a natureza e objetivo das ciências incluindo a participação do sujeito, da comunidade científica e da hermenêutica estabelecida dentro do paradigma de tal área na constituição de sua interpretação. São feitos esclarecimentos de caráter filosófico e genealógico destas obras, bem como a análise sobre pontos convergentes e divergentes na distinção entre os tipos de ciências. Ao final, comentários críticos por parte de Hugh Lacey dos tópicos abordados no debate são implementados, em conjunto com interpretações de escritos tardios do próprio Kuhn, ampliando a discussão a partir de sua própria filosofia e dos valores epistêmicos presentes no empreendimento científico atual.
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