Sobre a apropriação de Heidegger à filosofia prática de Aristóteles, em especial quanto ao conceito de Phrónesis
DOI:
https://doi.org/10.47456/sofia.v13i2.46504Palavras-chave:
Heidegger, filosofia prática, phrónesis, circunvisão, interpretações fenomenológicas de AristótelesResumo
O tema do artigo é a apropriação heideggeriana da filosofia prática de Aristóteles, e como isso implicaria no conceito de “phrónesis”; questiona-se sobre qual seria o papel reservado a este conceito aristotélico em suas investigações na década de 1920. Objetiva-se indicar como esta é pensada em duas importantes obras desse período, o Relatório Natorp e Platão: Sofista. Meta relacionada é compreender como o conceito aparece no âmbito das interpretações fenomenológicas sobre o estagirita, especialmente na Ética a Nicômaco. Pretende-se indicar que a phrónesis (tratada como circunvisão e trazendo em si a gênese do existencial cuidado) é o que pode nos orientar praticamente em nossos comportamentos, proporcionando uma visão do aberto e implicando na interação com nosso ser. Caberá indicar como a phrónesis está ligada a um modo de desencobrimento do ser-aí e evidenciar como o ente que somos se dá à futura fenomenologia-existencial de Heidegger.
Referências
ARISTOTLE. On Interpretation; Prior Analytics. In: Aristotle I. (Ed.) Jeffrey Henderson. Cambridge: London, Harvard University Press, 1938, p. 112-181; p. 182-532.
ARISTOTLE. The Nicomachean Ethics of Aristotle. Trad. Sir David Ross. London: Oxford, 1950.
BROGAN, W. Heidegger and Aristotle: The twofoldness of being. New York: State University of New York Press, 2005.
BUREN, J. v. The Young Heidegger: Rumor of Hidden King. Bloomington: Indiana University Press, 1994.
COHEN, H. Commentaire de la “Critique de la raison pure”. Trad. Éric Dupour. Paris: Cerf, 2000.
GADAMER, H.-G. Heideggers “theologische” Jugendschrift. In: HEIDEGGER, M. Interprétations phénomenológiques d’Aristóteles. [édition bilingue français-allemand] Trad. J.-F. Courtine. Paris: Trans-Europ-Repress, 1992, p. 9-15.
GADAMER, H.-G. Hermeneutik im Rückblick. In: Gesammelte Werke. Band. 10. Tübingen: J. C. B. Mohr Siebeck, 1994.
HEIDEGGER, M. Grundprobleme Der Phänomenologie (1919-20). In: Gesamtausgabe – II Abteilung: Vorlesungen 1919-1944. Band 58. Frankfurt am Main: Klostermann, 1993.
HEIDEGGER, M. Interprétations phénomenológiques d’Aristóteles. [Édition bilingue français-allemand] Trad. J.-F. Courtine. Paris: Trans-Europ-Repress, 1992a.
HEIDEGGER, M. Meu caminho para a fenomenologia. In: Sobre a questão do pensamento. Trad. Ernildo Stein. Petrópolis: Vozes, 2009. p.85-93.
HEIDEGGER, M. Ontologie: Hermeneutik der Faktizität. In: Gesamtausgabe II. Abteilung: Vorlesungen. Band 63. Frankfurt am Main, Klostermann, 1988.
HEIDEGGER, M. Phänomenologie des Religiönsen Lebens. In: Gesamtausgabe. II. Abteilung: Vorlesungen. Band. 60. Frankfurt am Main: Klostermann, 1995.
HEIDEGGER, M. Phänomenologische Interpretationen zu Aristoteles: Einführung in die phänomenologische Forschung. In: Gesamtausgabe 61. Frankfurt am Main: Vittorio Klostermann, 1994.
HEIDEGGER, M. Platon: Sophistes. In: Gesamtausgabe – II. Abteilung: Vorlesungen. Band 19. Frankfurt am Main: Vittorio Klostermann, 1992b.
KAHLMEYER-MERTENS, R. S. Cuidado, educação e singularidade: Ideias para uma filosofia da educação em bases heideggerianas. In Princípios: Revista de Filosofia, 2008, n.15, v. 24, p. 209-223.
KAHLMEYER-MERTENS, R. S. Da interpretação heideggeriana da Ética a Nicômaco: Filosofia prática como ontologia da vida cotidiana. In: Revista Ética e Filosofia Política (2003), n. 16. v.2. p. 65-75.
KAHLMEYER-MERTENS, R. S. Indicação de “nosso ser-aí mais próprio”, tarefa de Ontologia: Hermenêutica da Facticidade. In: Perspectiva Filosófica (2023), v. 50, n. 2, p. 90-105.
KAHLMEYER-MERTENS, R. S. Heidegger e a filosofia prática de Aristóteles. In: Ekstasis (2012), v.1, n.1, p. 5-17.
KIESEL, T. The genesis of Heidegger’s ‘Being and Time’. Berkeley: University of California Press, 1993.
LIDDELL, SCOTT, Greek-English Lexicon. London, New York, Toronto: Oxford at the Claredon Press, 1984.
LONG, C. P. The ontological reappropriation of phronesis. Continental Philosophy Review, Netherlands: Kluwer Academic Publishers, 35 (2002), p. 35-60.
OLAFSON, F. A. Heidegger and the ground of ethics: A study of Mitsein. United Kingdom: Cambridge, 1998.
PERAITA, Carmen. Hermenéutica de la vida humana. En torno al Informe Natorp de Martin Heidegger. Trotta Editorial, 2002.
ROHDE, E. Psique: La idea del alma y la inmortalidad entre los griegos. Trad. Salvador F. Ramírez. Barcelona: Labor, 1973.
SADLER, T. Heidegger and Aristotle: The question of being. London: Athlone, 1996.
SHEEHAN, T. Heidegger, Aristotle and Phenomenology. In: Philosophy Today, vol. XIX, nos. 2-4. Chicago: Loyola University of Chicago. 1975, p. 87-94.
WEBER, M. Wissenchaft als Beruf (1917-19). In: Studienausgabe. Band. I/17. Tübingen: J. C. B. Mohr Siebeck, 1994.
WOLFF, C. Philosophia rationalis sive logica, methodo scientifica pertractata et ad usum scietiarum atque vitæ aptata. Præmittitur discursus præliminaris de philosophia in genere. London: Forgotten Books, 2019.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Roberto S. Kahlmeyer-Mertens

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Dada a política de acesso público da revista, o uso dos textos publicados é gratuito, com a obrigação de reconhecer a autoria original e a primeira publicação nesta revista. Os autores das contribuições publicadas são inteiramente e exclusivamente responsáveis por seus conteúdos.
I Os autores autorizam a publicação do artigo nesta revista.
II Os autores garantem que a contribuição é original e assumem total responsabilidade pelo seu conteúdo em caso de impugnação por terceiros.
III Os autores garantem que a contribuição não está sob avaliação em outra revista.
IV Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-BY.
V Os autores são autorizados e incentivados a divulgar e distribuir seu trabalho on-line após a publicação na revista.
VI Os autores dos trabalhos aprovados autorizam a revista a distribuir seu conteúdo, após a publicação, para reprodução em índices de conteúdo, bibliotecas virtuais e similares.
VII Os editores reservam o direito de fazer ajustes no texto e adequar o artigo às normas editoriais da revista.