Sobre a apropriação de Heidegger à filosofia prática de Aristóteles, em especial quanto ao conceito de Phrónesis

Autores

  • Roberto S. Kahlmeyer-Mertens Professor adjunto do Departamento de Filosofia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE https://orcid.org/0000-0002-8572-8302

DOI:

https://doi.org/10.47456/sofia.v13i2.46504

Palavras-chave:

Heidegger, filosofia prática, phrónesis, circunvisão, interpretações fenomenológicas de Aristóteles

Resumo

O tema do artigo é a apropriação heideggeriana da filosofia prática de Aristóteles, e como isso implicaria no conceito de “phrónesis”; questiona-se sobre qual seria o papel reservado a este conceito aristotélico em suas investigações na década de 1920. Objetiva-se indicar como esta é pensada em duas importantes obras desse período, o Relatório Natorp e Platão: Sofista. Meta relacionada é compreender como o conceito aparece no âmbito das interpretações fenomenológicas sobre o estagirita, especialmente na Ética a Nicômaco. Pretende-se indicar que a phrónesis (tratada como circunvisão e trazendo em si a gênese do existencial cuidado) é o que pode nos orientar praticamente em nossos comportamentos, proporcionando uma visão do aberto e implicando na interação com nosso ser. Caberá indicar como a phrónesis está ligada a um modo de desencobrimento do ser-aí e evidenciar como o ente que somos se dá à futura fenomenologia-existencial de Heidegger.

Biografia do Autor

  • Roberto S. Kahlmeyer-Mertens, Professor adjunto do Departamento de Filosofia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE
    Professor adjunto do Departamento de Filosofia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE. Doutor em Filosofia formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ.

Referências

ARISTOTLE. On Interpretation; Prior Analytics. In: Aristotle I. (Ed.) Jeffrey Henderson. Cambridge: London, Harvard University Press, 1938, p. 112-181; p. 182-532.

ARISTOTLE. The Nicomachean Ethics of Aristotle. Trad. Sir David Ross. London: Oxford, 1950.

BROGAN, W. Heidegger and Aristotle: The twofoldness of being. New York: State University of New York Press, 2005.

BUREN, J. v. The Young Heidegger: Rumor of Hidden King. Bloomington: Indiana University Press, 1994.

COHEN, H. Commentaire de la “Critique de la raison pure”. Trad. Éric Dupour. Paris: Cerf, 2000.

GADAMER, H.-G. Heideggers “theologische” Jugendschrift. In: HEIDEGGER, M. Interprétations phénomenológiques d’Aristóteles. [édition bilingue français-allemand] Trad. J.-F. Courtine. Paris: Trans-Europ-Repress, 1992, p. 9-15.

GADAMER, H.-G. Hermeneutik im Rückblick. In: Gesammelte Werke. Band. 10. Tübingen: J. C. B. Mohr Siebeck, 1994.

HEIDEGGER, M. Grundprobleme Der Phänomenologie (1919-20). In: Gesamtausgabe – II Abteilung: Vorlesungen 1919-1944. Band 58. Frankfurt am Main: Klostermann, 1993.

HEIDEGGER, M. Interprétations phénomenológiques d’Aristóteles. [Édition bilingue français-allemand] Trad. J.-F. Courtine. Paris: Trans-Europ-Repress, 1992a.

HEIDEGGER, M. Meu caminho para a fenomenologia. In: Sobre a questão do pensamento. Trad. Ernildo Stein. Petrópolis: Vozes, 2009. p.85-93.

HEIDEGGER, M. Ontologie: Hermeneutik der Faktizität. In: Gesamtausgabe II. Abteilung: Vorlesungen. Band 63. Frankfurt am Main, Klostermann, 1988.

HEIDEGGER, M. Phänomenologie des Religiönsen Lebens. In: Gesamtausgabe. II. Abteilung: Vorlesungen. Band. 60. Frankfurt am Main: Klostermann, 1995.

HEIDEGGER, M. Phänomenologische Interpretationen zu Aristoteles: Einführung in die phänomenologische Forschung. In: Gesamtausgabe 61. Frankfurt am Main: Vittorio Klostermann, 1994.

HEIDEGGER, M. Platon: Sophistes. In: Gesamtausgabe – II. Abteilung: Vorlesungen. Band 19. Frankfurt am Main: Vittorio Klostermann, 1992b.

KAHLMEYER-MERTENS, R. S. Cuidado, educação e singularidade: Ideias para uma filosofia da educação em bases heideggerianas. In Princípios: Revista de Filosofia, 2008, n.15, v. 24, p. 209-223.

KAHLMEYER-MERTENS, R. S. Da interpretação heideggeriana da Ética a Nicômaco: Filosofia prática como ontologia da vida cotidiana. In: Revista Ética e Filosofia Política (2003), n. 16. v.2. p. 65-75.

KAHLMEYER-MERTENS, R. S. Indicação de “nosso ser-aí mais próprio”, tarefa de Ontologia: Hermenêutica da Facticidade. In: Perspectiva Filosófica (2023), v. 50, n. 2, p. 90-105.

KAHLMEYER-MERTENS, R. S. Heidegger e a filosofia prática de Aristóteles. In: Ekstasis (2012), v.1, n.1, p. 5-17.

KIESEL, T. The genesis of Heidegger’s ‘Being and Time’. Berkeley: University of California Press, 1993.

LIDDELL, SCOTT, Greek-English Lexicon. London, New York, Toronto: Oxford at the Claredon Press, 1984.

LONG, C. P. The ontological reappropriation of phronesis. Continental Philosophy Review, Netherlands: Kluwer Academic Publishers, 35 (2002), p. 35-60.

OLAFSON, F. A. Heidegger and the ground of ethics: A study of Mitsein. United Kingdom: Cambridge, 1998.

PERAITA, Carmen. Hermenéutica de la vida humana. En torno al Informe Natorp de Martin Heidegger. Trotta Editorial, 2002.

ROHDE, E. Psique: La idea del alma y la inmortalidad entre los griegos. Trad. Salvador F. Ramírez. Barcelona: Labor, 1973.

SADLER, T. Heidegger and Aristotle: The question of being. London: Athlone, 1996.

SHEEHAN, T. Heidegger, Aristotle and Phenomenology. In: Philosophy Today, vol. XIX, nos. 2-4. Chicago: Loyola University of Chicago. 1975, p. 87-94.

WEBER, M. Wissenchaft als Beruf (1917-19). In: Studienausgabe. Band. I/17. Tübingen: J. C. B. Mohr Siebeck, 1994.

WOLFF, C. Philosophia rationalis sive logica, methodo scientifica pertractata et ad usum scietiarum atque vitæ aptata. Præmittitur discursus præliminaris de philosophia in genere. London: Forgotten Books, 2019.

Publicado

31-12-2024

Edição

Seção

Heidegger e Aristóteles: A transformação hermenêutica da fenomenologia (1921-1924)

Como Citar

Sobre a apropriação de Heidegger à filosofia prática de Aristóteles, em especial quanto ao conceito de Phrónesis. (2024). Sofia , 13(2), e13246504 . https://doi.org/10.47456/sofia.v13i2.46504