La Mettrie: nem santo, nem pecador.
DOI:
https://doi.org/10.47456/sofia.v6i2.17490Abstract
Neste artigo procuro desfazer a opinião compartilhada entre leitores e historiadores da filosofia que consideram imoralista tanto a pessoa como a obra do médico-filósofo Julien Offray de La Mettrie, portanto perniciosa e merecedora das censuras sofridas. De suas causas, destaco as biografias dedicadas a ele. Também o recurso que Marquês de Sade, ao adotá-lo como seu filósofo, fez de suas teses, atribuindo-lhe sua inspiração hedonista e libertina. Por último, o histrionismo de seus escritos. Todas podem ser questionadas, mas somente a leitura atenta de sua obra pode lhe fazer justiça. Quanto aos biógrafos nada tenho a dizer. Quanto a Sade, me apoio em Jean Dupran (1976), para quem realizou uma apropriação tendenciosa de suas teses. Assim, apresentarei um confronto entre as obras L`homme machine (1747) e Anti-Sénèque (1748), a fim de melhor compreender sua noção de moralidade, prazer, remorso, convívio social e o papel da filosofia na construção da felicidade virtuosa, longe da imoderação e devassidão que o público lhe atribui.
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