Possui o 'jovem Marx' uma teoria do reconhecimento?

Autores/as

  • Felipe Taufer Doutorando em Filosofia Política no Programa de Pós-Graduação em Filosofia na Universidade de Caxias do Sul. Bolsista PROSUC/CAPES. Agradeço a CAPES, uma vez que o presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.

DOI:

https://doi.org/10.47456/sofia.v10i2.35663

Palabras clave:

Normatividade. Reconhecimento. Liberdade. Crítica imanente

Resumen

Trata-se de uma contestação de uma tese interpretativa segundo a qual o ‘jovem Marx’ teria herdado de Hegel um modelo normativo de crítica. A versão mais sofisticada dessa interpretação encontra-se nas críticas endereçadas por Honneth à suposta teoria do reconhecimento do ‘jovem Marx’. Busco não só desabilitar a crítica de ‘reducionismo economicista’ que Honneth imputa a Marx, mas mostrar que não há nenhuma sustentação de ‘critérios normativos de reconhecimento’ em Marx. Só poderia haver uma redução normativa do reconhecimento a demandas ‘econômicas’, se antes houvesse uma crítica normativa. O que ali se encontra é uma formulação não acabada da crítica da economia política. Afirmo que no ‘jovem Marx’ encontramos uma implícita crítica da possibilidade de elaboração de critérios normativos de reconhecimento. Para Marx, reconhecimento é o nome da aparência social objetiva que legitima práticas sociais historicamente específicas onde a propriedade privada é a relação social fundamental.

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Publicado

19-02-2022

Cómo citar

Taufer, F. (2022). Possui o ’jovem Marx’ uma teoria do reconhecimento?. Sofia , 10(2), 149–174. https://doi.org/10.47456/sofia.v10i2.35663