Literatura e Filosofia em Maurice Blanchot

o vitalismo obscuro da escrita

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.47456/sofia.v13i1.44336

Palabras clave:

Blanchot, literatura, diferença, real, vitalismo

Resumen

O presente trabalho busca reconstituir os momentos nos quais a primeira obra literária de Blanchot se abre para o pensamento filosófico. Em Thomás, L´Obscur, os temas de um vitalismo a contrapelo, que segue de perto os problemas colocados pela morte imanente à vida, se transpõem numa caracterização importante do que compreende como espaço literário. Tentamos mostrar como sua criação se estende para além do campo literário, dando a ver uma ontologia da linguagem e uma experiência intensiva do real. Apesar de serem incorporados criticamente alguns conceitos bergsonianos (ao invés de vida, duração e memória, o que se passa em Blanchot é morte, instante e esquecimento), não se trata propriamente de ir numa contramão. Tal inversão é ambígua, pois não se falseia propriamente o tipo de realidade para a qual o bergsonismo apontava, mas sim para aprofundá-la.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

BACHELARD, G. A Intuição do Instante. Trad. Antônio Danesi. Campinas: Verus, 2010.

BACHELARD, G. A Dialética da Duração. Trad. Marcelo Coelho. São Paulo: Ática, 1994.

BERGSON, H. O Pensamento e o Movente. Trad. Bento Prado Neto. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

BLANHCOT, M. Thomas, L´Obscur. Paris: Gallimard, 1950. Tradução de Rogério Confortin. In: Teatralidade e Gestualidade em Clarice Lispector e Maurice Blanchot. Florianópolis: UFSC, 2009, p. 460.

BLANHCOT, M. A Parte do Fogo. Trad. Ana Maria Scherer. Rio de Janeiro: Rocco, 2011.

BLANHCOT, M. O Livro Por Vir. Trad. Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

BLANHCOT, M. L´Attente, L´Oubli. Paris: Gallimard, 1962.

CONFORTIN, R. S. Teatralidade e Gestualidade em Clarice Lispector e Maurice Blanchot. Tese de Doutorado. Florianópolis: UFSC, 2009.

COOLS, A. L´instant de la mort dans Thomas L´Obscur. Le temps du renversement et la question de l´origine. In: L´Éprouve du temps chez Maurice Blanchot. Paris: Editions Complicités, 2006.

COOLS, A. Reflexions sur l´exigence fragmentaire. In: Cahier de l´Herne; Maurice Blanchot. Paris: Editions de L´Herne, 2014.

FERRAZ, A. H. S. Para uma Estética do Desaparecimento em Maurice Blanchot. Tese de doutorado. Guarulhos: Unifesp, 2018.

FERRAZ, A. H. S. De um bergsonismo sem duração, sem memória, sem élan. In: Dissertatio. Nº 58. Pelotas: Ufpel, 2024, p. 198-217.

FOUCAULT, M. La Pensée du dehors. In: Critique; Maurice Blanchot. Vol. XXII. Núm. 229. Paris: Editions de Minuit, 1966.

HOPPENOT, E. Blanchot et l´écriture fragmentaire: “Le temps de l´absence de temps”. In: L´Éprouve du temps chez Maurice Blanchot. Paris: Editions Complicités, 2006.

LACOUE-LABARTHE, P. La contestation de la mort. In: Cahier de l´Herne; Maurice Blanchot. Paris: Editions de L´Herne, 2014.

LISPECTOR, Clarice. A Maçã no Escuro. Rio de Janeiro: Rocco, 2020.

MILON, A. La fabrication de l´écriture à l´éprouve du temps. In: L´Éprouve du temps chez Maurice Blanchot. Paris: Editions Complicités, 2006.

STAROBINSKI, J. Thomas L´Obscur. In: Critique; Maurice Blanchot. Vol. XXII. Núm. 229. Paris: Editions de Minuit, 1966.

Publicado

01-07-2024

Cómo citar

Ferraz, A. H. S. (2024). Literatura e Filosofia em Maurice Blanchot: o vitalismo obscuro da escrita. Sofia , 13(1), e13144336. https://doi.org/10.47456/sofia.v13i1.44336