Michael Oakeshott
Da introdução do racionalismo na política à querela entre fé e ceticismo
DOI :
https://doi.org/10.47456/sofia.v10i2.36035Mots-clés :
Racionalismo; Política da fé; Ceticismo; Michael OakeshottRésumé
O presente estudo pretende, antes de qualquer coisa, apresentar a crítica de Michael Oakeshott ao racionalismo moderno, mais precisamente, à entrada desse tipo de mentalidade no campo dos assuntos políticos. De fato, para o filósofo britânico, a política é um vasto oceano, marcado por incertezas e inúmeras possibilidades. Acerca disso, Oakeshott afirma que: “na atividade política, os homens navegam num mar ilimitado e sem fundo; não há nem um porto para abrigar, nem uma enseada para ancorar, nem um ponto de partida, nem um destino determinado”. Sua analogia é precisa naquilo que Oakeshott deseja proporcionar, a saber, uma condição de suspeita para com as promessas da política. Para o autor, foram justamente as crenças no controle do acaso e na perfeição, comuns ao que ele veio a chamar de “política da fé” ou as ideologias, que teriam levado o mundo às grandes catástrofes do século XX. Dessa maneira, o objetivo precípuo deste estudo se limita a mostrar de que modo Oakeshott propõe um ceticismo político enquanto postura prudencial, e em que medida esse ceticismo pode ser possível, necessário e salutar para proporcionar um meio termo com relação ao exageros da fé política.
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