ENTRE VIAJANTES E GOVERNANTES: VILAS, SERTÕES E INDÍGENAS NO ESPÍRITO SANTO – PRIMEIRO QUARTEL DO OITOCENTOS
Abstract
O objetivo desta reflexão é comparar diferentes discursos sobre indígenas do Espírito Santo no primeiro quartel do oitocentos: narrativas de viajantes e de autoridades. Em se tratando de viajantes, foram analisadas narrativas de Maximilian, Saint-Hilaire e Silva Coutinho. Os três produziram relatos sobre diversas dimensões do Espírito Santo, incluindo os indígenas. Em relação às autoridades, a investigação se debruçou sobre correspondências emitidas pela junta provisória de governo. No início da década de 1820 o governo das províncias brasileiras foi dividido entre uma Junta e um comandante de armas, conforme determinação das Cortes lisboetas. Os membros da junta do Espírito Santo tinham diante de si um enorme contingente indígena que percorria a província, ameaçandoas hierarquias herdadas da Colônia. Esses viajantes e autoridades compartilhavam a visão de que havia o indígena selvagem, habitante dos sertões, e o indígena em processo de civilização. A civilização significava imersão na vida das vilas e na economia agrária.
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