Impacto da passagem do Sistema Solar por nuvens moleculares escuras: um caso de habitabilidade local

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/Cad.Astro.v4n2.38783

Palavras-chave:

Habitabilidade, nuvens moleculares, astrobiologia

Resumo

Nuvens moleculares (NM) são regiões não homogêneas, neutras, com densidades volumétricas variando de 10cm-3 a 108 cm-3, extinções no visível de até 30 mag e temperaturas que variam entre 10 e 100 K. O Sistema Solar encontra-se em uma bolha de plasma de baixa densidade, circundada por NM escuras distribuídas em um raio de ~ 100 pc. Em seu movimento no plano Galático, o Sistema Solar deve atravessar uma ou mais dessas regiões a cada órbita em torno do centro galáctico. Este trabalho discute o impacto do Sol estar imerso em uma NM e analisa os efeitos da radiação solar que atinge a Terra em função da densidade da região atravessada. Para densidades volumétricas da NM da ordem de 104 cm-3, a frente de ionização alcança uma região de 1 unidade astronômica (UA) em cerca de 2 dias. Se a densidade é maior do que 106 cm-3, todos os fótons UV ionizantes são consumidos em um volume esférico com raio menor do que 1 UA, resfriando significativamente a Terra em sua trajetória em torno do Sol. Se o SS entrar em uma nuvem interestelar com densidade maior ou igual a 10cm-3 a radiação UV (que chega à Terra aproximadamente em 300 dias) será bloqueada, ou poderá permanecer nesse estado, indefinidamente, se a densidade das nuvens for maior. Nessas condições, a Terra passaria a existir em um ambiente com características do Meio Interestelar, o que teria consequências catastróficas para o clima do planeta.

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Publicado

08-09-2023

Como Citar

[1]
J. Leão, T. Bentes, J. W. Vilas-Boas, e C. A. Wuensche, “Impacto da passagem do Sistema Solar por nuvens moleculares escuras: um caso de habitabilidade local”, Cad. Astro., vol. 4, nº 2, p. 120–134, set. 2023.