Permanências autoritárias no tempo presente brasileiro:

a transição pactuada e o bolsonarismo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/dim.v52i2.44633

Palavras-chave:

Tempo presente, Transição democrática;, Bolsonarismo

Resumo

Entre os anos finais da ditadura no Brasil, e o início da Nova República, devemos considerar três momentos como importantes na transição do autoritarismo para a democracia. São eles: a criação da Lei da Anistia (1979); a eleição indireta de Tancredo Neves no Colégio eleitoral (1985); e a promulgação da Constituição Federal de 1988. A transição democrática no Brasil foi limitada, devido ao pacto conciliatório existente entre militares e civis durante todo o processo. A ascensão de um movimento de viés autoritário como o bolsonarismo (2018) pode ser explicada pela ausência de uma severa crítica a ditadura e também pelo caráter conciliatório da transição. Entendemos esses fenômenos políticos como permanências autoritárias existentes no tempo presente brasileiro, as quais analisaremos neste artigo.

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Biografia do Autor

Ariel Cherxes Batista, UFES

Ariel Cherxes Batista é graduado em História (2016) e mestre em História Social das Relações Políticas (2020), pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Atualmente cursa o doutorado, com financiamento pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), na mesma instituição e no mesmo programa. Desde 2015 é membro do Laboratório de Estudos em História do Tempo Presente (LabTempo/Ufes). Também faz parte da gestão História em Movimento da seção Espírito Santo da Anpuh, exercendo o cargo de presidente. Leciona História na rede pública de ensino (Sedu/ES) na escola Arlindo Ferreira Lopes, localizada em Serra/ES. Os estudos que desenvolve estão relacionados às temáticas de História do Tempo Presente, Ditadura Militar no Brasil, Nova República, Novas Direitas, Bolsonarismo e Pós-Fascismo.

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Publicado

23-12-2024

Edição

Seção

Dossiê v.52, nº2 - O Brasil no pós-ditadura: as repercussões do golpe e da ditadura no Tempo Presente (1985-2024).