A historicidade do indígena na Capitania do Espírito Santo: a construção da desumanização e a invisibilidade do outro

Autores

  • Neide Barrocá Fáccio
  • Henrique Antônio Valadares Costa

Resumo

Neste artigo, discutiremos como era tratada, a partir dos escritos europeus, a historicidade das populações indígenas na Capitania do Espírito Santo, entre os séculos XVI e XVIII, por meio da comparação entre a obra de cronistas como Gabriel Soares de Souza, Pedro Gandavo, de jesuítas e de autores do século XIX, como Von Martius, Spix, e Adolfo de Varnhagen. A partir dessa comparação, identificou-se um gradual processo de desumanização dos indígenas por meio do discurso de que aquelas populações não possuíam a capacidade de desenvolvimento histórico próprio. Com isso, verificou-se que, diferente dos paradigmas evolucionistas do século XIX, os indígenas nos primeiros séculos da presença portuguesa, eram pensadoscomo “fósseis vivos”, degenerados pela vivência nas florestas tropicais.

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Dossiê: Governo, elite e negócios no Atlântico Português