A formação do Infante D. Pedro (1392-1449) sob a égide da escolástica e do Mestre Tomás de Aquino

Resumo

Este artigo tem por objetivo analisar as influências da escolástica no Livro da Virtuosa Benfeitoria do Infante D. Pedro. A obra foi escrita com a finalidade de aconselhar o rei D. Duarte sobre como deveriam ser as ações de um governante justo e benfeitor. Nossa proposta consiste em explicitar que, para aconselhar o rei, o Infante D. Pedro fez uso dos conhecimentos que possuia, especialmente dos escritos de autores da Antiguidade, como Aristóteles e Sêneca, e de textos da escolástica, particularmente de Tomás de Aquino. Para refletirmos sobre a obra, faremos uso da história – tal como procedeu D. Pedro – que nos possibilita compreender que precisamos aprender com as ações de homens de outros tempos para que possamos conduzir nosso agir. Evidenciaremos, assim, que o princípio do bom governante de Tomás de Aquino norteia os conselhos de D. Pedro. Com isso, salienta-se a relevância da formação intelectual do conselheiro e a importância de que o governante, ao final da Idade Média, seja apresentado como uma pessoa capaz de dirigir a sociedade, estabelecer relações hierárquicas e promover benfeitorias.