A relação entre Estado e territórios estigmatizados no Rio de Janeiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.7147/GEO29.23536

Palavras-chave:

Políticas Públicas, Favela, Territorialización

Resumo

O presente artigo tem o intuito discutir a relação estabelecida entre o Estado e as favelas do Rio de Janeiro ao longo do tempo e até os dias atuais. Tomando como referência a territorialização de políticas públicas e a ação de instituições estatais e da sociedade civil, busca-se compreender de que forma a estigmatização do favelado e de seu território influencia as relações de poder construídas no contato entre agentes públicos e moradores de favela. O artigo consiste, metodologicamente, em uma pesquisa bibliográfica e documental, com base principalmente na literatura sobre o tema. Os resultados indicam que a estigmatização das favelas tem contaminado diversas políticas públicas formuladas para esses territórios, e que a falta de diálogo entre diferentes órgãos públicos envolvidos em tais políticas gera o que chamamos de atrofia burocrática, perdendo-se potencial de atuação da esfera pública.

 

KEYWORDS: Public Policies, Favela, Territorialization.

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Biografia do Autor

André Almeida de Abreu, Universidade Federal Fluminense

Graduado em Geografia pela UFF. Atualmente cursando mestrado em Geografia do Programa de Pós-graduação em Geografia da UFF

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Publicado

17-10-2019

Como Citar

DE ABREU, André Almeida. A relação entre Estado e territórios estigmatizados no Rio de Janeiro. Geografares, [S. l.], n. 29, p. 114–130, 2019. DOI: 10.7147/GEO29.23536. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/geografares/article/view/23536. Acesso em: 20 abr. 2024.