Depósitos fluviais e marinhos na zona costeira: Uma abordagem sedimentológica e morfológica da Região de Vitória, ES

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/geo.v1i33.35629

Palavras-chave:

depósitos costeiros, areia fluvial e marinha, morfologia

Resumo

A dificuldade na distinção entre areias fluviais e marinhas não é incomum, principalmente em litorais com pouco aporte sedimentar e com planícies muito próximas à área fonte. Este estudo objetiva caracterizar os sedimentos de superfície das planícies flúvio-marinhas da região de Vitória (ES) e inferir sobre os processos deposicionais e a origem das areias com base nos parâmetros sedimentológicos (granulometria, composição, mineralogia e morfoscopia dos grãos de quartzo) e morfológicos. Os sedimentos foram distinguidos em depósitos arenosos e de terras úmidas. Apesar da imaturidade textural, os depósitos arenosos foram classificados em fluviais e marinhos. Contudo, os parâmetros sedimentológicos não foram suficientes para sanar dúvidas de proveniência em algumas amostras. Neste caso, a ausência de feições morfológicas bem definidas dos depósitos arenosos como alinhamento de cristas arenosas são recursos importantes para uma interpretação paleoambiental, especialmente quando os parâmetros sedimentológicos parecem ser ambíguos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Giseli Modolo Vieira Machado, Universidade Federal do Espírito Santo

Giseli Modolo Vieira MACHADO possui Bacharelado em Geografia pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES, 2004, Mestrado em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ, 2007) na área de Geomorfologia Costeira e Doutorado em Oceanografia Ambiental pela UFES (2015) com sanduiche na Universidade de Wollongong, Austrália (2013). Ela também possiu dois Pós-Doutorados em Geografia na UFES (2018 e 2020). Tem experiência em docência, pesquisa e consultoria na área de Geociências, com ênfase em Sedimentologia, Geologia, Geomorfologia Costeira e Geografia Costeira, atuando principalmente nos seguintes temas: evolução dos ambientes costeiros, variação relativa do nível do mar, morfodinâmica praial e vulnerabilidade costeira.

Bruna Lourenço Pinheiro, Universidade Federal do Espírito Santo

Bruna Lourenço PINHEIRO é graduanda em Geografia pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). É estagiária voluntária desde de dezembro de 2016 quando iniciou sua contribuição junto ao Projeto "Mapeamento geológico e geomorfológico do quaternário costeiro da Grande Vitória-ES", vinculado ao Edital FAPES/CAPES Nº 009/2014, sob orientação de Giseli Modolo Vieira Machado (coordenadora do Projeto), atuando intensamente nas atividades de campo e de laboratório (análises sedimentológicas).

Referências

ANGULO, R.J.; SOUZA, M.C. Revisão conceitual de indicadores costeiros de paleoníveis marinhos Quaternários no Brasil. Quaternary Environmental Geosciences, 05 (2): 01-32, 2014.

ANGULO, R.J.; LESSA, G. The Brazilian sea-level curves: a critical review with emphasis on the curves from Paranaguá and Cananéia regions. Marine Geology, 140: 141–166, 1997.

ANTHONY, E. Developments in Marine Geology: Shore processes and their palaeoenvironmental applications. 1 ed. Amsterdam: Elsevier, 2009. v.4, 519 p.

BASTOS, A.C.; VILELA, C.G.; QUARESMA, V.S.; ALMEIDA, F.K. Mid to Late-Holocene estuarine infilling processes studied by radiocarbon dates, high resolution seismic and biofácies at Vitória Bay, ES, southeastern Brazil. Anais da Academia Brasileira Ciências, 82 (3): 761-770, 2010.

BLOTT, S.I.; PYE, K. GRADSTAT: A grain size distribution and statistic package for the analysis of unconsolidated sediment. Earth Surf Processes and Landforms, 26: 1237-1248, 2001.

BOGGS, Jr. S. Principles of Sedimentology and Stratigraphy. 4 ed. New Jersey: Pearson Prentice Hall, 2006. 662 p.

CARTER, W.G. The morphodynamics of beach-ridge formation: Magilligan, NorternIreland. Marine Geology, 73 (3-4): 191–214, 1986.

DEINA, M.A.; BASTOS, A.C.; QUARESMA, V.S. Variação morfológica do cordão litorâneo associado a foz do rio Jucu (ES). Revista Geografares, 9: 203-230, 2011.

DIAS, J.A. A análise sedimentar e o conhecimento dos sistemas marinhos: uma introdução a Oceanografia Geológica. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/236551412, Acesso em: 03 jun. 2020, 2004.

DOMINGUEZ, J.M.L.; BITTENCOURT, A.C.S.P. Utilização de padrões de sedimentação costeira como indicadores paleoclimáticos naturais (proxies). Rev. Brasileira de Geociências, 24 (1): 3-12, 1994.

DRAGO, T.; FREITAS, C.; ROCHA, F.; MORENO, J.; CACHAO, M.; NAUGHTON, F.; FRADIQUE, C.; ARAUJO, F.; SILVEIRA, T.; OLIVEIRA, A.; CASCALHO, J.; FATELA, F. Paleoenvironmetal Evolution of estuarine systems during the last 14.000 years e the case of Douro Estuary (NW Portugal). Journal of Coastal Research, SI, 39: 186-192, 2004.

FOLK, R.; WARD W. Brazos river bar. A study in the significance of grain size parameters. Journal of Sed. Petrology, 27 (1): 3-26, 1957.

FREITAS, A.S.; BARRETO, C.F.; BASTOS, A.C.; BAPTISTA, NETO J.A. The Holocene Palaeoenvironmental Evolution of Vitória Bay, Espírito Santo, Brazil. Palynology, 2: 1-11, 2018.

FRIEDMAN, G.M. Address of the retiring president of the International Association of Sedimentologists: differences in size distribution of populations of particles among sands of various origins. Sedimentology, 26: 3-32, 1979.

FRIEDMAN, G. M. Dynamic processes and statistical parameters compared for size frequency distribution of beach and river sands. Journal of Sedimentary Petrology, 37:.327-354, 1967.

FRIEDMAN, G. M. Distinction between dune, beach and river sands from their textural characteristics. Journal of Sedimentary Petrology, 31: 514-529, 1961.

GYLLENCREUTZ, R.; MAHIQUES, M. M.; ALVES, D.V.P.; WAINER, I.K.C. Mid- to late - Holocene paleoceanographic changes on the southeastern Brazilian shelf based on grains size records. The Holocene, 20 (6): 863-875, 2010.

HATUSHIKA, R.S.; SILVA, C.G.; MELLO, C.L. Sismoestratigrafia de alta resolução no lago Juparanã, Linhares (ES–Brasil) como base para estudos sobre a sedimentação e tectônica Quaternária. Revista Brasileira de Geofísica, 25 (4): 433-442, 2007.

IDAF – INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUÁRIA E FLORESTAL DO ES (Espírito Santo). Foto aérea. Escala 1:25.000. 1970.

LAHIJANI, H.; TAVAKOLI, V.; HOSSEINDOOST, M. History of Caspian Environmental changes by molluscan stable isotope records. Journal of Coastal Research, SI 50: 438–42, 2007.

LE ROUX, J.P.; ROJAS, E.M. Sediment transport patterns determined from grain size parameters: overview and state of the art. Sedimentary Geology, 202: 473-488, 2007.

LIGUS (Laboratoire de l'Institut de Geographié de l'Université de Strasbourg). Methodé améliorée pour l'étude des sables. Rev. Géom. Dyn, IV:43-53, 1958.

MACHADO, G.M.V. Análise sedimentar como ferramenta de reconstituição paleoambiental: exemplo da evolução de uma baía para estuário. In: MUEHE, D.; LINS-DE-BARROS, F.M.; PINHEIRO L. S. Geografia marinha: oceanos e costas na perspectiva de geógrafos (Orgs.). 1 ed. Rio de Janeiro: Caroline Fontelles Ternes. Cap. 8, 2020.

MACHADO, G.M.V.; BASTOS, A.C.; ALBINO, J. Late Quaternary evolution model for a coastal embayment with low sediment input and bedrock control (southeast Brazil). Estuarine, Coastal and Shelf Science, SI 243 (106905): 1-12, 2020.

MACHADO, G.M.V.; BASTOS, A.C.; FREITAS, A.S.; NETO J.A.B. Sedimentary, geochemical and micropaleontological responses tosea-levelvariations in the Vitoria estuary, Espírito Santo. Radiocarbon, 60 (2): 583-600, 2018.

MACHADO, G.M.V.; ALBINO, J.; LEAL A.P.; BASTOS A.C. Quartz grain assessment for reconstructing the coastal palaeoenvironment. J. of South American Earth Sciences, 70: 353-367, 2016.

MADHAVARAJU, J.; BARRAGAN, J.C.G.; HUSSAIN, S.M.; MOHAN, S.P. Microtextures on quartz grains in the beach sediments of Puerto Penasco and Bahia Kino, Gulf of California, Sonora, Mexico. Revista Mexicana Ciências Geológica, 26 (2): 367-379, 2009.

MARTIN, L.; BITTENCOURT, A.C.S.P.; DOMINGUEZ, J.M.L.; FLEXOR, J.M.; SUGUIO, K. Oscillations or not oscillations that is the question: comment on Angulo, R..J. and Lessa, G.C. ´The Brazilian sea-leve curves: a critical review with emphasis on the curvesfrom the Paranagua and Cananeia regions [Mar.Geol. 140, 141 - 166]. Marine Geology,150: 179-187, 1998.

MARTIN L., SUGUIO K., DOMINGUEZ J. M. L., FLEXOR J. M. (1997). Geologia do Quaternário Costeiro do Litoral Norte do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. CPRM (Serviço Geológico do Brasil) e FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo), 112 p.

MARTIN, L.; SUGUIO, K.; FLEXOR, J.M.; ARCHANJO, J.D. Coastal Quaternary formations of the southern part of the State of Espírito Santo (Brazil). An . Acad. Bras. Ciências, 68 (3): 389-404, 1996.

MARTINS,L. R. (1965). Significance of skewness and kurtosis in environmental interpretation. Journal of Sedimentary Research, 35 (3): 768.

MASON, C. C.; FOLK, R. L. Differentiation of beach dune and eolian fiat environments by size analysis; Mustang Island Texas. Journal of Sedimentary Petrology, 18: 211-226, 1958.

MEDEANIC, S.; TORGAN, L.C.; CLEROT, L.C.P.; SANTOS, C. Holocene marine transgression in the coastal plain of Rio Grande do Sul, Brazil: palynomorph and diatom evidence. Journal of Coastal Research, 25 (1): 224-233, 2009.

MEIRELES, A.J.A.; ARRUDA, M.G.C.; GORAYEB, A.; THIERS, P.R.L. Integração dos indicadores geoambientais de flutuações do nível relativo do mar e de mudanças climáticas no litoral Cearense. Mercator, Revista de Geografia da UFC, 4 (8): 109-134, 2005.

MENDES, J. C. Elementos de Estratigrafia. São Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo. 1984.

MORGAN, R.M.; BULL, P.A. The use of grain size distribution analysis of sediments and soils in forensic enquiry. Sci. Justice, 47: 125-135, 2007.

MUEHE, D.; NEVES, C. F. Impactos potenciais da mudanças climáticas na cidade do rio de Janeiro e possíveis ações de mitigação. Texto encomendado pelo IPP (Instituto Pereira Passos) para subsidiar os debates do Seminário de Reação: Rio Próximos 100 anos, organizado pela Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, 2007.

MUEHE, D. Geomorfologia costeira: In: CUNHA, S.B.; GUERRA, A.J.T (Org). Geomorfologia: exercícios, técnicas e aplicações. 2ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. Cap. 6. 2002.

MURRAY-WALLCE, C.V.; WOODROFFE, C.D. Quaternary sea-level changes: a global perspective. New York: Cambridge University Press. 484 p. 2014.

MYCIELSKA-DOWGIALLO, E.; WORONKO, B. The degree of eolization of Quaternary deposits in Poland as a tool for stratigraphic interpretation. Sediment. Geologt, 168:149-163, 2004.

NANSON, G.C.; CHEN, X.Y.; PRICE, D.M. Aeolian and fluvial evidence of changing climate and wind patterns during the past 100 ka in the western Simpson Desert, Australia. Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology, 113: 87-102, 1995.

PEREIRA, S.D.; CHAVES, H.A.F.; SANTOS, S.B. Evidence of sea level change at Guaratiba Mangrove, Sepetiba Bay, Brazi. Journal of Coastal Research, SI 50: 1097-1100, 2007.

PONÇANO, W.L. Sobre a interpretação ambiental de parâmetros estatísticos granulométricos: exemplos de sedimentos quaternários da costa brasileira. Revista Brasileira de Geociências, 16 (2): 57-170, 1986.

POWER, M. C. A new roundness scale for sedimentary particles. Journal of Sedimentary Research, 23 (2): 117-119, 1953.

RAJGANAPATHI, V.C.; JITHESHKUMAR, N.; SUNDARARAJAN, M.; BHAT, K.H.; VELUSAMYS. Grain size analysis and characterization of sedimentary environment along Thiruchendur coast, Tamilnadu, India. Arab. J. Geosci, 6: 4717-4728, 2013.

RAZIK, S.; DEKKERS, M.J.; DOBENECK,T.V. How environmental magnetism can enhance the interpretational value of grain-size analysis: A time-slice study on sediment export to the NW African margin in Heinrich Stadial 1 and Mid Holocene. Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology, 406: 33-48, 2014.

SAHU, B.K. Depositional mechanisms from the size analysis of clastic sediments. Journal of Sedimentary Petrology, 34 (1): 73-83, 1964.

SELLEY, R.C. Applied Sedimentology. 2 ed. Florida: Academic Press, 543 p. 2000.

SUGUIO, K.; MARTIN, L. Significance of quaternary sea-level fluctuations for delta construction along the Brazilian Coast. Geo-Marine Letters, 1: 181-185, 1981.

UÉARA, R.S.; DULEBA, W.; PETRI, S.; MAHIQUES, M.M.; RODRIGUES, M. Micropaleontologia e sedimentologia aplicadas na análise paleoambiental: um estudo de caso em Cananéia, São Paulo, Brasil. Revista Brasileira de Paleontologia, 10 (3):137-150, 2007.

VISHER, G. S. Grain size distributions and depositional processes. Journal Sed. Petrology, 39: 1074-1106, 1969.

VOS, K.; VANDENBERGHE, N.; ELSEN, J. Surface textural analysis of quartz grains by scanning electron microscopy (SEM): from sample preparation to environmental interpretation. Earth Sci. Rev., 128: 93-104, 2014.

WENTWORTH, C.K. A scale of grade and class terms for clastic sediments. J. of. Geology, 30, 1922.

Downloads

Publicado

15-12-2021

Como Citar

MODOLO VIEIRA MACHADO, Giseli; LOURENÇO PINHEIRO, Bruna. Depósitos fluviais e marinhos na zona costeira: Uma abordagem sedimentológica e morfológica da Região de Vitória, ES. Geografares, [S. l.], v. 1, n. 33, p. 229–258, 2021. DOI: 10.47456/geo.v1i33.35629. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/geografares/article/view/35629. Acesso em: 19 abr. 2024.