Considerações sobre o processo de neoliberalização da natureza em curso no estado do Rio de Janeiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/geo.v4i38.44795

Palavras-chave:

unidades de conservação, neoliberalização da natureza, Rio de Janeiro

Resumo

A política ambiental institucional em curso no Brasil tem valorizado a gestão privada de áreas protegidas, chamadas no país de unidades de conservação. O estado do Rio de Janeiro apresenta protagonismo nesse processo, visto que é pioneiro na atividade turística e na proteção ambiental institucional, sendo alvo de flexibilização de legislações estaduais, bem como de concessões de Parques Nacionais. A partir da análise da apropriação estatal da natureza para criação de unidades de conservação e da apropriação privada para sua gestão, surge o problema a ser investigado – o processo de neoliberalização da natureza em curso no estado do Rio de Janeiro –, sobre o qual o presente trabalho busca apresentar considerações, utilizando uma metodologia fundamentada na pesquisa bibliográfica, documental e de campo.

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Biografia do Autor

Johana Maiy Alecrim Alves Gomes, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Doutoranda em Geografia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Mestra em Geografia pela Universidade Federal Fluminense, na linha de pesquisa Ordenamento Territorial Urbano Regional, campo temático Território, Política e Movimentos Sociais. Possui Licenciatura e Bacharelado em Geografia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, e Especialização em Metodologia do Ensino de Filosofia e Sociologia. Hoje, faz parte do grupo de pesquisa Núcleo de Estudo e Pesquisa em Geografia Econômica (NEPGE), vinculado à Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Desenvolve pesquisas inseridas no campo da Ecologia Política e atua como professora de Geografia da rede municipal de ensino de Maricá (RJ).

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Publicado

28-06-2024

Como Citar

ALECRIM ALVES GOMES, Johana Maiy. Considerações sobre o processo de neoliberalização da natureza em curso no estado do Rio de Janeiro. Geografares, Vitória, Brasil, v. 4, n. 38, p. 147–166, 2024. DOI: 10.47456/geo.v4i38.44795. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/geografares/article/view/44795. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Geografia econômica, neoliberalismo e ecologia política do desenvolvimento