Reflexões sobre a Petrobras e a Ecologia Política no contexto da destruição criativa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/geo.v4i38.44804

Palavras-chave:

Petrobras, transição energética, legislação ambiental

Resumo

A Ecologia Política emergiu como pauta urgente nas reflexões relativas ao desenvolvimento das forças produtivas e o destino da humanidade. Nossa pesquisa se debruça sobre a Petrobras, em um momento em que a discussão de descarbonização da matriz energética parece unanimidade no debate público hegemônico. Esforçamo-nos aqui para refletir sobre o histórico da evolução das normatizações ambientais e os caminhos seguidos pela indústria petrolífera. Desde os anos 1980, os constrangimentos criados pelas novas normativas ambientais têm promovido transformações técnicas na indústria do petróleo, que, por meio da destruição criativa, tem ampliado sua capacidade produtora de excedente. A Petrobras pode cumprir um papel de propulsora de decisões soberanas quanto à nossa matriz energética, ou simplesmente servir como uma fonte de acumulação de capital poluidora e degradadora do território.

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Biografia do Autor

Carlos Eduardo Salazar Salgado, IGe Unicamp

Carlos Salazar é doutorando do Programa de pós-graduação em Geografia do Instituto de Geociências da Unicamp, onde pesquisa o papel mediador da Petrobrás no território brasileiro. É mestre pelo mesmo programa com a pesquisa: Estado, território e espaço banal: a privatização da Petrobrás. Foi técnico de operações na Replan/Petrobrás onde foi dirigente sindical, hoje trabalha na Petrobrás Transporte - Transpetro.

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Publicado

28-06-2024

Como Citar

SALAZAR SALGADO, Carlos Eduardo. Reflexões sobre a Petrobras e a Ecologia Política no contexto da destruição criativa. Geografares, Vitória, Brasil, v. 4, n. 38, p. 199–217, 2024. DOI: 10.47456/geo.v4i38.44804. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/geografares/article/view/44804. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Geografia econômica, neoliberalismo e ecologia política do desenvolvimento