Cartografia social das crianças e adolescentes ribeirinhas/quilombolas da Amazônia
DOI:
https://doi.org/10.7147/GEO12.3189Resumo
A cartografia social, como meio técnico, busca registrar relatos e as representações sócio-espaciais no processo de auto mapeamento, além de identificar situações de conflitos na forma de uso do território pelas comunidades tradicionais. A confecção de mapas situacionais com crianças e adolescentes ribeirinhas e quilombolas apresentou traços singulares entre a pluralidade identitária, tais como as formas de interação com o meio ambiente, a atividade produtiva da família e a luta por acesso a educação. Tal processo se insere numa dinâmica mais geral da vida envolta pela natureza Amazônica e das dificuldades de assegurar a reprodução social do grupo. Nesse caso, a territorialidade desses grupos, particularmente, expressa as relações socioculturais que são apontados e redesenhadas pelas próprias crianças e adolescentes nos mapas situacionais. No desenvolvimento deste artigo trataremos da representação social do território das crianças e adolescentes dos municípios paraenses de Abaetetuba, Cametá, Mocajuba, Limoeiro do Ajuru e Igarapé Mirí, todos localizados no baixo rio Tocantins, região atingida pela Barragem da Hidrelétrica de Tucuruí. Na confecção do mapa situacional, do ponto de vista técnico, quatro etapas processuais foram adotadas: produção de croquis, georeferenciamento dos elementos socioculturais, adaptação gráficas dos croquis e a confecção final do mapa. O uso da cartografia social pelos movimentos sociais tem se firmado na capacidade de instrumentalizar a contra argumentação política, principalmente, na medida em que avançam os interesses de agentes externos sobre os seus territórios de uso tradicional, além de adotar o produto da cartografia social como documento de reivindicação de políticas públicas, de planejamento e de base para a autogestão do território.
Palavras chave: Cartografia Social; Mapa Situacional; Territorialidades.
DOI: 10.7147/GEO12.3189
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