MARÉ DE RESISTÊNCIA
A LUTA DO MOVIMENTO SOCIAL RIBEIRINHO FRENTE À IMPLANTAÇÃO PORTUÁRIA DO AGRONEGÓCIO NO BAIXO TOCANTINS
DOI:
https://doi.org/10.55470/relaec.38617Palavras-chave:
Ribeirinhos, Movimento Social, AgronegócioResumo
As comunidades tradicionais ribeirinhas na região das ilhas de Abaetetuba experimentam com intensidade crescente os efeitos da construção e operação do complexo portuário da Cargill Agrícola S.A. Desde 2018, os modos de vida, a sobrevivência desses grupos estão, comprometidos e ameaçados pela intensa navegação de barcaças na baia do Capim. Neste artigo busca-se refletir de que forma os movimentos sociais ribeirinhos são capazes de produzir estratégias de ação política. A articulação de forças, com Instituições de apoio, Cáritas, CPT, STR, FASE, MORIVA, MP e Defensoria Pública do Estado oferecem uma forma de resistência organizada aos efeitos dos interesses econômicos da empresa Cargill Agrícola S.A. As informações foram coletadas por meio de levantamento documental e da pesquisa de campo, através de métodos qualitativos, com entrevistas às lideranças do movimento social local, no total de (08) e de lideranças das Instituições de apoio, no total de seis (06). Por meio do estudo descritivo das estratégias de ação e dos mecanismos de institucionalização do movimento social ribeirinho no Baixo Tocantins revelou-se que a empresa ignora seus direitos territoriais, com o processo de expropriação, com a cooptação das lideranças, estabelece conexões políticas com os entes municipais, estaduais, federais, para concretização da construção do TUP-Abaetetuba.
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