SOBRE A CONSTRUÇÃO DOS VÍNCULOS ANCESTRAIS-RELIGIOSOS NOS CANDOMBLÉS
(DES)AFETOS, HIERARQUIA E COLETIVIDADE
Mots-clés :
Candomblés, Coletividade, HierarquiaRésumé
Este artigo tem como objetivo refletir acerca do que e como se constituem as ligações de afeto, conflito, hierarquia e coletividade nos candomblés para compreender a construção dos vínculos ancestrais-religiosos nos terreiros. Neste sentido, buscando alcançar o objetivo em tela, foi realizada revisão bibliográfica de literatura e o artigo foi organizado em duas seções: a primeira investigando os conceitos de corpo coletivo e corpo individual, explicando a noção de corpo nos candomblés e como se dá a relação corpos-terreiros e a segunda refletindo a respeito das noções de hierarquia, coletividade e (des)afetos nas famílias religiosas construídas sobre as dinâmicas dos terreiros de candomblés. Por fim, concluímos que o terreiro de candomblé é permeado por conflitos, sobretudo por se tratar de uma configuração familiar ancestral-religiosa que foge às compreensões cristãs de família, coletividade e afetividade.
Téléchargements
Références
ARAÚJO, P. C. Awo Òrìsà: o segredo ritual como fonte do poder dos ègbónmi. Revista Nures, n. 22, p. 1-23, 2012.
ARAÚJO, P. C. Segredos do Poder: hierarquia e autoridade no candomblé. São Paulo: Arché, 2018.
BARROS, J. F. P; TEIXEIRA, M. L. L. O código do corpo: inscrições e marcas dos orixás. In: MOURA, C. E. M. (Org.). Meu sinal está no corpo. São Paulo: Edicon; Edusp, 1989, p. 36-62.
DESCARTES, R. Discurso do método. Trad. João C. Costa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2017. (Original publicado em 1637).
DIOP, C. A. A unidade cultural da África Negra: esferas do patriarcado e do matriarcado na antiguidade clássica. 2. ed. Trad. Silvia Cunha Neto. Angola: Pedago, 2014. (Original publicado em 1959).
FLAKSMAN, Clara. "De sangue" e "de santo": o parentesco no candomblé. Mana, Rio de Janeiro, v. 24, n. 3, p. 124-150, dez. 2018.
FLOR DO NASCIMENTO, W. Sobre os candomblés como modo de vida: imagens filosóficas entre Áfricas e Brasis. Ensaios Filosóficos, v. XIII, p.153-170, ago. 2016.
FLOR DO NASCIMENTO, W. Transgeneridade e Candomblés: notas para um debate. Revista Calundu, v. 3, n. 2, p. 123-141, 2019.
GAIA, R. S. P.; VITÓRIA, A. S.; ROQUE, A. T. Candomblé no Brasil: resistência negra na diáspora africana. Jundiaí: Paco Editorial, 2020.
HAAG, Carlos. A saudade que mata. Revista Pesquisa Fapesp, n. 172, p. 87-89, 2010.
IENDRICK, D. C. A casa de candomblé: família e negociações de domesticidade. Sacrilegens, Juiz de Fora, v. 16, n. 1, p. 148-161, jan./jun. 2019. https://doi.org/10.34019/2237-6151.2019.v16.28830
KILEURY, O.; OXAGUIÃ, V. O candomblé bem explicado: Nações Bantu, Iorubá e Fon. Rio de Janeiro: Pallas, 2014.
MANDARINO, A. C. S.; GOEMBERG, E. Candomblé, corpos e poderes. Perspectivas, São Paulo, v. 43, p. 199-217, jan./jun. 2013.
MENDES, M. D. R. ORÍ: A CABEÇA COMO DIVINDADE - HISTÓRIA, FILOSOFIA, CULTURA E RELIGIOSIDADE AFRICANA. Rio de Janeiro: Litteris, 2015.
NASCIMENTO, A. O Genocídio do Negro Brasileiro: processo de um racismo mascarado. São Paulo: Perspectiva, 2016
NASCIMENTO, M. B. Textos e narração de Ôrí. In: GERBER, Raquel. Ôrí. 1989.
SILVA, A. C. A Tradição Oral no Candomblé. 2017. 39f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Religiões e Religiosidades Afro-Brasileira: Política de Igualdade Racial em Ambiente Escolar), Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG.
SODRÉ, M. In: Nós Transatlânticos. Muniz Sodré - O Espaço da África no Brasil. YouTube, 11 jan. 2017a. Disponível em: <https://youtu.be/8asUpAkFbu4>. Acesso em: 26 mar. 2021.
SODRÉ, M. O terreiro e a cidade. A forma social negro-brasileira. Petrópolis, Vozes, 1988.
SODRÉ, M. Pensar nagô. Rio de Janeiro: Vozes, 2017b.
Téléchargements
Publiée
Numéro
Rubrique
Licence
Os direitos são do autor, com direito de primeira publicação para a revista, a ser mencionado em outras publicações.
