Uma análise epidemiológica da sífilis congênita antes e após a implantação da Rede Cegonha, Espírito Santo, Brasil
Resumo
Introdução: A sífilis caracteriza-se como um problema de saúde pública, afetando mais de um milhão de gestantes por ano em todo o mundo e levando a mais de 300 mil mortes fetais e neonatais. Objetivo: Descrever a incidência de sífilis congênita (SC) nos períodos de 2008 a 2011 e de 2012 a 2015 segundo as regiões de saúde do Espírito Santo (ES), tendo como marco a implantação da política da Rede Cegonha. Métodos: Estudo descritivo com dados secundários de sífilis congênita provenientes do Ministério da Saúde (MS). Realizou-se análise descritiva dos casos de SC por meio dos cálculos de frequências absolutas e relativas. Além disso, foram calculadas as taxas de incidência a fim de comparar o comportamento das taxas antes e após a implantação da Rede Cegonha, por região de saúde. Resultados: No período de 2008 a 2015 foi encontrado um total de 2.015 casos notificados de SC no Espírito Santo. Destes, 26% dos casos ocorreram no primeiro triênio e 74% ocorreram no segundo triênio. Verificou-se que o Espírito Santo apresentou taxa de incidência de SC maior que a taxa do Brasil. Conclusão: As características maternas e da criança apontam para uma baixa resolutividade da assistência pré-natal, sugerindo que a implantação da Rede Cegonha não conseguiu gerar uma melhora efetiva em relação a esse componente estratégico.