Avaliação de fadiga em adultos com esclerose múltipla
Resumo
Introdução: A esclerose múltipla é uma doença neurológica crônica de caráter inflamatório autoimune que repercute em prejuízo funcional. A fadiga é sintoma comum, caracterizada por sensação de cansaço ou incapacidade, perda de energia ou sensação de exaustão que não cessa com o repouso. Objetivo: Avaliar manifestações e níveis de fadiga em pacientes com esclerose múltipla. Métodos: Estudo transversal, realizado na Associação Goiana de Esclerose Múltipla, na cidade de Goiânia-GO. Participaram adultos com esclerose múltipla. Utilizou-se um questionário sociodemográfico e clínico, dois questionários de avaliação de sintomas de fadiga — o Índice Neurológico de Fadiga para Esclerose Múltipla (NFI-MS) e a Escala de Severidade da Fadiga (FSS). Resultados: Amostra composta por 45 indivíduos com esclerose múltipla, a maioria mulheres, 53,3% com idade inferior a 40 anos. A forma clínica mais frequente foi a recorrente-remitente. Há alta proporção de manifestação de fadiga, tanto por meio da avaliação da FSS, quanto no NFI-MS, com diferença significativa entre os grupos com fadiga e sem fadiga (p<0,001). Na avaliação do FSS, 31,1% dos participantes tinham fadiga grave. Participantes que não trabalhavam, que se consideravam ansiosos e os que realizam ou realizaram tratamento psicológico manifestaram maiores escores de fadiga. Conclusão: Há alta manifestação de sintomas de fadiga em pessoas com esclerose múltipla, indicando necessidade de intervenções com foco no controle da ansiedade, nos distúrbios psicológicos e investigação aprofundada do papel do trabalho nas manifestações de fadiga.