EDUCAÇÃO DE SURDOS E NEOCONSERVADORISMO NO BRASIL

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Resumo

O objetivo deste artigo é discutir a aproximação de políticas neoconservadoras na educação de surdos e seus rebatimentos no campo da Educação Especial. Para tanto, submete-se o caso das políticas brasileiras direcionadas à população surda a uma análise com base na noção foucaultiana de governamento. Parte-se da aposta de que a língua de sinais tem sido utilizada como um instrumento acessível de governamento e que, a partir de um código estúpido (LARROSA, 2004), está atrelada com a ideia de um não-pensamento que não significa ausência de pensamento, mas demonstra uma estrutura denominada de pensamento estúpido, visto que possibilita uma tradução da realidade que alcança sujeitos surdos, proporcionando sua constituição na ordem discursiva contemporânea. Desse modo, destaca-se um conjunto de paisagens mediatizadas envolvendo: ações caritativas à educação de surdos; a precarização do trabalho de tradutores e intérpretes de língua de sinais; e os conflitos linguístico-identitários no âmbito da política nacional de educação especial. Por fim, assume-se uma figura subjetiva da crise, o mediatizado (NEGRI; HARDT, 2014) e argumenta-se que a aproximação da atmosfera neoconservadora à educação de surdos põe em risco processos democráticos na sociedade contemporânea.

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Biografia do Autor

Lucyenne Matos da Costa Vieira Machado, Universidade Federal do Espírito Santo

Doutora e Mestre em Educação pelo Programa de Pós graduação em Educação da Universidade Federal do Espírito Santo (PPGE- UFES). Pós-doutorado, em Educação pelo Programa de Pós graduação em Educação da Universidade Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e, pela Universidade Federal de São Carlos (2022). Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal do Espírito Santo. Professora Associada I do curso Letras Libras, Professora e orientadora de mestrado e doutorado do curso de Pós-graduação em Educação (PPGE/UFES). Coordenadora do Grupo de Pesquisa em Libras e Educação de Surdos (GIPLES/CNPq-UFES). Espírito Santo, Brasil

Pedro Henrique Witchs, Universidade Federal do Espírito Santo

Doutor e mestre em Educação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Pós-doutorado na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP). Professor adjunto do Departamento de Línguas e Letras da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Coordenador do Curso de Graduação em Letras-Libras - Bacharelado em Tradução e Interpretação (Ufes). É líder do Círculo de Estudos Indisciplinares com Línguas de Sinais (Ceilis/Ufes). Integra o Grupo Interinstitucional de Pesquisa em Educação de Surdos (Gipes/UFRGS), a Comunidade Prática de Investigação Deaf Studies (DeafCoPIn/CIIE-FPCEUP) e a Rede de Investigação em Inclusão, Aprendizagem e Tecnologia em Educação (Riiate). Espírito Santo, Brasil.  

Joyce Karolina Ribeiro Baiense, Universidade Federal do Espírito Santo

Mestre em Educação pela Universidade Federal do Espírito Santo – UFES. Graduada em Pedagogia e Pós-graduada em Educação Especial. Possui Proficiência no uso e no ensino da Língua Brasileira de Sinais e Proficiência na tradução e interpretação de Libras/Português e Português/Libras. É Tradutora e Intérprete de Libras da Universidade Federal do Espírito Santo, Professora horista de Libras da Faculdade Multivix de Vitória, Professor no modelo EaD na Fundação São João Batista/Faculdades Integradas de Aracruz-FSJB/FAACZ. Espírito Santo, Brasil

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Publicado

23-06-2023

Como Citar

Matos da Costa Vieira Machado, L., Witchs, P. H., & Ribeiro Baiense, J. K. (2023). EDUCAÇÃO DE SURDOS E NEOCONSERVADORISMO NO BRASIL. Revista Educação Especial Em Debate, 8(15), 37–53. Recuperado de https://periodicos.ufes.br/reed/article/view/41571

Edição

Seção

Artigos - Fluxo Contínuo