FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NO PROJETO DO CAPITAL
Resumo
O final do século XX e o início do século XXI tem sido palco de inúmeras contrarreformas educacionais, de matriz neoliberal. Como não poderia deixar de ser, a formação de professores em geral e a dos professores de educação especial, em específico, sofre vários ataques que tem expressões como o lócus e modalidade da sua formação, as concepções de ensino, de aprendizagem, de educação, de escola, de deficiência, entre outros. Dois eixos de análise sobre a formação inicial de professores de educação especial que, extraídos de pesquisa nacional intitulada “A formação do professor de Educação Especial no Brasil”, merecem destaque: a mercantilização na e da formação docente e as concepções de ensino e de aprendizagem apresentadas em suas proposições. No primeiro eixo, observamos dois aspectos que se entrelaçam: a relação com o público e o privado (maioria dos cursos em instituições privadas, com repasse dos recursos públicos) e a massificação da formação do professor pelo modelo EAD (com quase 67% da formação nessa modalidade). No segundo eixo, observamos também por, pelo menos dois movimentos, a precarização (ou secundarizarão) do ensino e a exaltação da aprendizagem individual e autônoma. Essa realidade compõe um projeto do capital para a educação e para a formação de professores.