PRÁTICAS PEDAGÓGICAS INCLUSIVAS NA ESCOLA COMUM
COM QUAL(IS) TEORIA(S)?
Resumo
O debate teórico-pedagógico no Brasil foi muito presente na transição dos anos 1970 e 1980, haja vista a discussão realizada pelo professor Dermeval Saviani no livro “Escola e Democracia”. Não obstante, a partir dos anos 1990, com o advento das reformas neoliberais da educação articuladas às “pedagogias do aprender a aprender” esse debate foi perdendo espaço, a tal ponto que muitos(as) educadores(as) passaram a considerar o debate teórico-pedagógico como algo desnecessário e distante da realidade escolar. Nesse sentido, muitos(as) educadores(as) argumentaram sobre a impossibilidade de a prática pedagógica desenvolver-se “fiel” a uma determinada teoria pedagógica, pois “na prática, a teoria é outra”. Com certeza, a avaliação crítica dos(as) educadores(as) é razoável e consistente, principalmente diante do fato de que nenhuma prática pedagógica consiste em uma ação integral de uma teoria específica (“pura” e coerente), mas, por outro lado, não significa dizer que a prática pedagógica não se desenvolva sob a orientação de uma determinada teoria pedagógica, ou mesmo que a política educacional, ao estabelecer as suas orientações e diretrizes, não as realize consubstanciada em uma teoria pedagógica específica. Dito isso, neste texto nos propomos, a partir da Pedagogia Histórico-Crítica, Psicologia Histórico-Cultural e algumas pesquisas realizadas na área, aprofundar esse debate sobre as teorias pedagógicas e psicológicas do desenvolvimento humano, sobretudo as que tem condicionado a prática pedagógica da educação especial na escola comum.