Perspectiva multiespécies:

possibilidades para compreensão de práticas da indústria da mineração

Autores

  • Maria Clara Leite Universidade Federal do Espírito Santo
  • Leticia Dias Fantinel Universidade Federal do Espírito Santo

Palavras-chave:

Paisagens multiespécies, Desastres tecnológicos, Mineração

Resumo

As graves consequências de perturbações humanas em paisagens multiespécies, evidenciadas por rompimentos de
barragens de rejeitos de mineração, a exemplo do colapso da barragem de Fundão, ocorrido em novembro de 2015
no município de Mariana/MG, permitem lançar luz sobre práticas organizativas para manter a vida possível em
espaços onde ocorrem (e se perpetuam ao longo do tempo). Neste sentido, este ensaio dialoga com estudos que
discutem espacialidades organizacionais a partir das práticas, contribuindo com o preenchimento de lacunas
identificadas em abordagens que concebem os espaços como dados. Questiona-se aqui: Qual a contribuição da
abordagem multiespécies para compreender práticas que organizam espaços na indústria mineradora brasileira?
Nesta direção, o objetivo deste ensaio teórico consiste em buscar melhor compreender o potencial dessa
ferramenta analítica (perspectiva multiespécies) para analisar práticas nessa indústria. Direciona-se a análise
para uma perspectiva processual e performativa dos espaços, compreendendo-os em (trans)formação em relações
organizadas entre humanos e outros modos de existência. Entende-se a espacialidade como praticada
continuamente a partir de relações produzidas em emaranhados de práticas de organizar multiespécies de espaços.

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Biografia do Autor

Leticia Dias Fantinel, Universidade Federal do Espírito Santo

Professora Associada do Departamento de Administração e Professora Permanente do Programa de Pós-graduação em Administração da Universidade Federal do Espírito Santo (PPGAdm/UFES). Doutora em Administração pela Universidade Federal da Bahia (2012), com estágio-sanduíche na Universidade Paris IX, mestre e bacharel em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2009 e 2005). Atuou como coordenadora do PPGAdm/UFES (2019-2020), ocupando atualmente o cargo de Coordenadora Adjunta. Líder do Grupo de Estudos em Simbolismos e Práticas Cotidianas em Organizações - GESIP/UFES, registrado no CNPq. Pesquisadora do Coletivo de Pesquisa OCA/UFBA - Organização, Cultura e Arte. Editora Associada da Revista Organizações & Sociedade na área de Organizações, Cultura e Identidade. Líder do tema 8 da divisão de Estudos Organizacionais da Anpad - Relações organizadas entre atores e sujeitos do Antropoceno. Coordenadora do GT Relações organização-natureza no Antropoceno: crise epistêmica do antropocentrismo e a emergência de novas biossocialidades do Cbeo. Coordenou projeto financiado pelo CNPq (Edital MCTI/CNPQ/Universal 14/2014) e FAPES (Edital FAPES Nº 006/2014 - Universal - Projeto individual de pesquisa). Liderou o tema Simbolismos, Culturas e Identidades em Organizações da área de Estudos Organizacionais da Anpad. Foi editora adjunta (2013-2014) e editora chefe (2014-2016) da Revista Gestão & Conexões. Atualmente é parecerista ad hoc de diversos periódicos e eventos. Atua como pesquisadora na área de Estudos Organizacionais a partir dos seguintes interesses: culturas e simbolismos nas organizações, práticas organizativas, sociabilidades organizacionais, espaço e tempo nas organizações, dinâmicas e práticas urbanas, cidades, relações organizadas entre humanos e outros modos de existência, metodologias qualitativas, etnografia.

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Publicado

16-11-2021