Reflexões acerca da dimensão estratégica nas resistências, do cuidado de si e da transformação social (e organizacional) no Pós-Estruturalismo
Palavras-chave:
Pós-Estruturalismo, Cuidado de si, Resistência, Transformação socialResumo
Ao tratar da (des)construção de categorias identitárias e da produção do diferente ou do “anormal” (o queer), a proposta não binária pós-estruturalista impõe também a problematização e o estudo conjunto das identidades reconhecidas como hegemônicas, precisamente porque não se tratam umas do oposto das outras, mas sim porque umas contêm as outras e nelas também estão contidas, consistindo em uma de suas manifestações possíveis. No entanto, reconhecer que as identidades são plúrimas, fragmentadas e em constante processo de transformação, ressignificação e contestação, e que grupos sociais não devem ser tratados como meros coletivos homogêneos e universalizáveis, não pode ser empecilho para que se adote uma dimensão estratégica de ação voltada à transformação social (e organizacional), que pode demandar, paradoxalmente, o reforço prévio de marcadores de desigualdade cuja estabilidade se pretende desconstruir. Nesse sentido, a partir das noções foucaultianas de resistência e de cuidado de si, discute-se neste ensaio teórico em construção, uma abordagem pós-estruturalista capaz de conciliar aspectos teóricos e operacionais envolvidos nos jogos ou rituais de verdade que conformam o âmbito de existência dos sujeitos segundo conformações históricas, culturais e sociais em que estão inseridos.