“Seja bem-vinda ao lado LGBTQIA+ do TikTok”: Gêneros e sexualidades em mediações algorítmicas

“Welcome to the LGBTQIA+ side of TikTok”: Genders and sexualities in algorithmic mediations

Autores

  • Daniella Chagas Mesquita Universidade Federal do Paraná, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.47456/simbitica.v10i3.39203

Palavras-chave:

tiktok, LGBTQIA+, gênero, sexualidade

Resumo

A tela principal do aplicativo chinês TikTok, utilizado para criar e compartilhar vídeos curtos, é denominada “para você”, que é onde o algoritmo direciona vídeos, de acordo com o que pressupõe que seja interessante para a pessoa assistindo. O conteúdo convencional do TikTok é composto por desafios, coreografias e imitações de celebridades, além destes, há conteúdos alternativos que, ao serem direcionados pelo algoritmo, produzem o que as pessoas no aplicativo chamam de “lados”. Um destes lados do TikTok é o LGBTQIA+. Neste ensaio antropológico discuto como gênero e sexualidade são experienciados no lado LGBTQIA+ do TikTok. Ao final do texto considero que o algoritmo possibilita a interação, discussão e experimentação de gênero e sexualidade de maneiras mais fluídas, e que subvertem a expectativa da heteronormatividade.

Palavras-chave: tiktok, LGBTQIA+, gênero, sexualidade.

 

ABSTRACT

The main screen of the Chinese application TikTok, used to create and share short videos, is called “for you”, which is where the algorithm directs videos, according to what it assumes to be interesting to the person watching. TikTok's conventional content is composed of challenges, choreographies and celebrity impersonations, in addition to these, there is alternative content that, when directed by the algorithm, produces what people in the application call “sides”. One of these sides of TikTok is LGBTQIA+. In this anthropological essay I discuss how gender and sexuality are experienced in the LGBTQIA+ side of TikTok. At the end of the text, I consider that the algorithm enables the interaction, discussion and experimentation of gender and sexuality in more fluid ways, which subvert the expectation of heteronormativity.

Key words: tiktok, LGBTQIA+, gender, sexuality.

 

RESUMEN

La pantalla principal de la aplicación china TikTok, que se usa para crear y compartir videos cortos, se llama la página "para ti", que es donde el algoritmo dirige los videos, de acuerdo con lo que supone que es interesante para la persona que mira. El contenido convencional de TikTok se compone de desafíos, coreografías y imitaciones de celebridades, además de estos, hay contenido alternativo que, al ser dirigido por el algoritmo, produce lo que las personas en la aplicación llaman “lados”. Uno de estos lados de TikTok es LGBTQIA+. En este ensayo antropologico discuto cómo se vive el género y la sexualidad en el lado LGBTQIA+ del TikTok. Al final del texto considero que el algoritmo posibilita la interacción, discusión y experimentación del género y la sexualidad de formas más fluidas, que subvierten la expectativa de heteronormatividad.

Palabras clave: tiktok, LGBTQIA+, género, sexualidad.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Daniella Chagas Mesquita, Universidade Federal do Paraná, Brasil

Doutoranda em Antropologia no Programa de Pós-Graduação em Antropologia e Arqueologia da Universidade Federal do Paraná, Brasil. Atua como Professora Substituta junto ao Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)

Referências

BRANDÃO, Carlos R. (2007), “Reflexões sobre como fazer trabalho de campo”. Sociedade e Cultura, v. 10, n.1, pp. 11-27 [Consult. 23-12-2023]. Disponível em https://doi.org/10.5216/sec.v10i1.1719

BUTLER, Judith (2019), Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. 17. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

COLLINS, Patricia H. (2019), “O poder da auto-definição”, in H. B. de Hollanda (Org). Pensamento feminista: conceitos fundamentais (pp. 270-310). Rio de Janeiro, Bazar do Tempo.

DELEUZE, Gilles, GUATTARI, Félix (1995), Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia – Vol. 1. Tradução de Aurélio Guerra Neto e Célia Pinto Costa. Rio de Janeiro, Editora 34.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix (1996), Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia – Vol. 3. Tradução de Aurélio Guerra Neto et al. Rio de Janeiro, Editora 34.

ESTALELLA, Adolfo e ARDÈVOL, Elisenda (2007), “Ética de campo: hacia una ética situada para la investigación etnográfica de internet”. Forum: Qualitative Social Research, v. 8, n. 3, Art. 2.

FACCHINI, Regina (2009), “Entre compassos e descompassos: um olhar para o campo e para a arena do movimento LGBT brasileiro”. Bagoas, n. 4, pp. 131-158.

INGOLD, Tim (2012), “Trazendo as coisas de volta à vida: emaranhados criativos num mundo de materiais”. Horizontes Antropológicos, v. 18, n. 37, pp. 25-44 [Consult. 23-12-2023]. Disponível em https://doi.org/10.1590/S0104-71832012000100002

KLAIS, Brian (2022), “New Research Across 200 iOS Apps Hints that Surveillance Marketing is Still Going Strong”. URL Genius. [Consult. 24-08-2022]. Disponível em https://app.urlgeni.us/blog/new-research-across-200-ios-apps-hints-surveillance-marketing-may-still-be-going-strong

KNOX, Hannah e NAFUS, Dawn (2018), “Introduction: ethnography for a data-saturated world”, in H. Kanox, D. Nafus (eds.). Ethnography for a data-saturated world (pp. 1-29). Manchester: Manchester University Press.

LATOUR, Bruno (2012), Reagregando o social: Uma introdução à teoria do Ator-Rede. Salvador: Edufba, Bauru: Edusc.

LEITÃO, Débora K. e GOMES, Laura G. (2017), “Etnografia em ambientes digitais: perambulações, acompanhamentos e imersões”. Antropolítica, n. 42, pp. 41-65.

LEMOS, André (2021), “Dataficação da vida”. CIVITAS - Revista de Ciências Sociais, v. 21, n. 2, pp. 193-202 [Consult. 23-12-2023]. Disponível em http://dx.doi.org/10.15448/1984-7289.2021.2.39638

MARTÍN, Felipe R. S. (2019), Internet, mon amour: infecciones queer/cuir entre digital y material. Santiago: Écfrasis.

MBEMBE, Achille (2020), Políticas da inimizade. São Paulo, N-1 edições.

MISKOLCI, Richard e BALIEIRO, Fernando F. (2018), “Sociologia Digital: balanço provisório e desafios”. Revista Brasileira de Sociologia, v. 6 n. 12, pp. 132-156 [Consult. 23-12-2023]. Disponível em http://dx.doi.org/10.20336/rbs.237

NASCIMENTO, Letícia Carolina Pereira (2020), “Eu não vou morrer: solidão, autocuidado e resistência de uma travesti negra e gorda para além da pandemia”. Inter-Legere, v. 3, n. 28, pp. 1-22 [Consult. 23-12-2023]. https://doi.org/10.21680/1982-1662.2020v3n28ID21581

ORLOWSKI, Jeff (Diretor) (2020), O dilema das redes [Documentário]. Netflix.

PARREIRAS, Carolina (2009), “Fora do armário... Dentro da tela: Notas sobre avatares, (homo)sexualidades e erotismo a partir de uma comunidade virtual”, in M. E. Díaz-Benítez e C. E. Fígari (Orgs). Prazeres dissidentes (pp. 343-373). Rio de Janeiro, Garamond.

SANTOS, Boaventura de S. (2007), “Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes”. Novos Estudos, n. 79, pp. 71-94 [Consult. 23-12-2023]. Disponível em https://doi.org/10.1590/S0101-33002007000300004

SCOTT, Joan W. (1998), “A invisibilidade da experiência”. Projeto História, v. 16, pp. 297-325.

SECCO, Ana C. e KOVALESKI, Douglas F. (2022), “Do empreendedor de si mesmo à medicalização da performance: reflexões sobre a flexibilização no mundo do trabalho”. Ciênc. saúde coletiva, v. 27, n. 5, pp. 1911-1918 [Consult. 23-12-2023]. Disponível em https://doi.org/10.1590/1413-81232022275.09572021

SILVEIRA, Sergio A. (2017), “Governo dos algoritmos”. Revista De Políticas Públicas, v. 21, n. 1, pp. 267–282 [Consult. 23-12-2023]. Disponível em https://doi.org/10.18764/2178-2865.v21n1p267-281

SILVEIRA, Sergio A. (2020), “Responsabilidade algorítmica, personalidade eletrônica e democracia”. Revista Eptic, v. 22, n. 2, pp. 83-96.

STRATHERN, Marilyn (2014), “Cortando a rede”, in M. Strathern. O efeito etnográfico e outros ensaios (pp. 295-320). São Paulo, Cosac Naify.

TIKTOK (2020), Como o TikTok recomenda os vídeos para o feed #ParaVocê. [Consult. 09-05-2022]. Disponível em https://newsroom.tiktok.com/pt-br/como-o-tiktok-recomenda-os-videos-para-o-feed-paravoce

TIKTOK (2022), Política de privacidade. [Consult. 24-08-2022]. Disponível em: https://www.tiktok.com/legal/privacy-policy-row?lang=pt-BR

Downloads

Publicado

26-12-2023

Como Citar

Mesquita, D. C. (2023). “Seja bem-vinda ao lado LGBTQIA+ do TikTok”: Gêneros e sexualidades em mediações algorítmicas: “Welcome to the LGBTQIA+ side of TikTok”: Genders and sexualities in algorithmic mediations. Simbiótica. Revista Eletrônica, 10(3), 207–226. https://doi.org/10.47456/simbitica.v10i3.39203

Edição

Seção

Ensaio