Que pode um texto? O desejo da escrita contra o fim da alteridade
DOI:
https://doi.org/10.47456/simbitica.v9i3.39809Palavras-chave:
Cena de escrita, Linguagem, Ausência, AlteridadeResumo
Um dos fenômenos mais visíveis de nosso tempo é o da redução da escrita, diretamente ligado às imposições mais diversas provenientes dos dispositivos digitais: eles forçam uma hipertrofia da resposta e da reação, enquanto diminuem tamanho e potência dos textos. Isso produz uma precarização da cena de escrita, que, por se espalhar por todos os lugares, já não se localiza em lugar algum. Justamente por isso, perde-se o corpo que escreve e a paisagem desse corpo, que se vê experimentando o estiolamento da alteridade e do infamiliar. É a escrita como exercício de atenção à linguagem (na literatura, na epístola) que ainda mantém a possibilidade da construção de um lugar de relações e de derivas democráticas, pois esvaziar a linguagem é, por si só, adubar a violência.
Palavras-chave: Cena de escrita; Linguagem; Ausência; Alteridade.
Abstract
Reduction of writing is one of the most important phenomena of our time. It is directly linked to the most diverse impositions coming from digital devices, that force a hypertrophy of response and reaction, while decreasing size and potency of texts. This impoverishes the scene of writing: it spreads everywhere, so, it is no longer located anywhere. Precisely for this reason, the body that writes and the landscape of this body are lost, also the experiencing of alterity and unfamiliar. Writing as an exercise of attention to language (in literature, in the epistle) that still maintains the possibility of building a place of democratic relationships and ways, since emptying language is, in itself, fertilizing violence.
Keywors: Scene of writing; Language; Absence; Alterity.
Resumen
Uno de los fenómenos más visibles de nuestro tiempo es la reducción de la escrita, que se conecta a muchas coacciones hechas por los dispositivos digitales: ellos imponen una hipertrofia de la respuesta e de la reacción, mientas disminuyen el tamaño e la potencia de los textos. Eso produce un empobrecimiento de la escena de la escrita, que, como se difunde por todos los sitos, ya no está en sitio algún. Justo por eso, se pierde el cuerpo que escribe y el paisaje de ese cuerpo, que experimenta la marchitez de la alteridad y del infamiliar. Es la escrita como ejercicio de atención al lenguaje (en literatura, en epístola) que todavía mantiene la posibilidad de construcción de un lugar de relaciones y caminos democráticos, pues drenar el lenguaje es, inevitablemente, hacer prosperar la violencia.
Palabras llave: Escena de escrita; Lenguaje; Ausencia; Alteridad.
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