A construção social de Fernando de Azevedo como sociólogo
DOI:
https://doi.org/10.47456/simbitica.v11i3.43089Palavras-chave:
institucionalização da sociologia, sociologia escolar, senso prático, Fernando de Azevedo, compêndios de sociologiaResumo
A presente pesquisa teve por intenção compreender o que teria levado um agente social não graduado em Ciências Sociais a agir como um sociólogo, a saber: confeccionando obras didáticas, atuando na organização de obras e contribuindo para a criação de cursos de Ciências Sociais. A análise considerou duas “dimensões” interdependentes: a estrutura social, e as disposições sociais e sua agência. O senso prático sociológico de Azevedo foi resultado da disposição incorporada em suas experiências profissionais socializadoras no interior dos campos sociais nos quais estava imerso, bem como do contexto político e econômico favorável à sua ação. Compreender a estrutura social e os capitais simbólicos disputados forneceu elementos para desvelar como se produziu um sociólogo, sem que este tenha se formado em Ciências Sociais ou em Sociologia. Procurou-se investigar as práticas do referido autor, os lugares em que esteve inserido e as relações que manteve para entender as incorporações sociais. O estudo foi realizado a partir das perspectivas teórico-metodológicas alicerçadas em Pierre Bourdieu, aproximando-se de uma Sociologia disposicionalista.
Downloads
Referências
Chronica Social. (1925). Jornal Correio Paulistano (SP). Ano 75, n. 22156, pp. 4, 2 abril. [Consult. 10-07-2020]. Disponível em http://memoria.bn.br/docreader/090972_07/17400
Chronica Social. (1930). Jornal Correio Paulistano (SP). Ano 80, n. 22156, p. 4, 24 julho. [Consult. 10-07-2020]. Disponível em http://memoria.bn.br/docreader/090972_08/3066
Cigales, Macelo. (2019). A sociologia católica no Brasil: análise sobre os manuais escolares (1920-1940) (Tese de Doutorado). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
Cigales, Macelo. (2014). “Dilemas da sociologia no Brasil: análise sobre os manuais escolares de Amaral Fontoura e Fernando de Azevedo”. Alabastro, v. 2, n. 4, pp. 65-78. [Consult. 10-07-2020]. Disponível em http://revistaalabastro.fespsp.org.br/index.php/alabastro/article/view/74
Cigales, Marcelo. (2019). “A sociologia católica de Francisca Peeters na constituição do campo educacional brasileiro na década de 1930”. Em tese, v. 16, pp. 68-94. [Consult. 10-07-2020]. Disponivel em https://periodicos.ufsc.br/index.php/emtese/article/view/1806-5023.2019v16n1p68
Cigales, Marcelo. (2014). A sociologia educacional no Brasil (1946-1971): análise sobre uma instituição de ensino católica (Dissertação de Mestrado). 2014. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.
Cigales, Marcel. (2014). “Dilemas da sociologia no Brasil: análise sobre os manuais escolares de Amaral Fontoura e Fernando de Azevedo”. Revista Alabastro, v. 2, n. 4, pp. 6578,2014. [Consult. 10-07-2020]. Disponível em http://revistaalabastro.fespsp.org.br/index.php/alabastro/article/view/74
Consideraçôes da ordem econômica (1940). Jornal Correio Paulistano (SP). Ano 90, n. 25753, pp. 7. [Consult. 10-07-2020]. Disponível em http://memoria.bn.br/docreader/090972_09/544
Evangelista, Olinda. (1997). “A formação de professores em nível universitário: o Instituto de Educação da Universidade de São Paulo”. Perspectivas, São Paulo, v. 37, pp. 163-190.
Engerroff, Ana Martina B.; Cigales, Marcelo P. (2017). “A constituição da Sociologia no Brasil e o Direito: a formação dos intelectuais”. Revista Urutágua, v. 35, pp. 80-101. [Consult. 10-07-2020]. Disponível em https://bit.ly/3Ds6777
Fausto, Bóris. (2001). O pensamento nacionalista autoritário: 1920-1940. Rio de Janeiro, Editora Zahar
Favoreto, Aparecida; Galter, Maria. (2000). “Entre alfabetizar e educar: por que reler esta questão?”. Educere et Educare, [S. l.], v. 1, n. 1, pp. 113-118. [Consult. 10-07-2020]. Disponível em https://e-revista.unioeste.br/index.php/educereeteducare/article/view/1015
Fonseca, Pedro Cezar D. (2014). “Desenvolvimentismo: a Construção do Conceito”, in Calixtre, B.: Biancarelli, A. M.; Macedo Cintra, M. A. (orgs.). Presente e Futuro do Desenvolvimento Brasileiro. Brasília, IPEA.
Fonseca, Pedro Cezar D. (1989). Vargas: o capitalismo em construção. São Paulo, Editora Brasiliense.
Garcia, Nelson Jahr. (2009). Sadismo, seducao e silencio - propaganda e controle ideologico no Brasil. São Paulo, Loyola.
Hallewell, Laurence (2005). O livro no Brasil: Sua história. São Paulo, Edusp.
Lamounier, Bolívar (1971). “Formação de um pensamento político autoritário na Primeira República: uma interpretação”, in Fausto, B. (org.) O Brasil Republicano: sociedade e instituições (1889-1930) t. I Il, v. 2, São Paulo, Difel, pp. 343-73.
Le Goff, Jacques. (1990). “Documento/ Monumento”, in J. Le Goff. História e Memória. Campinas, Ed. da Unicamp, pp. 535-553.
Leal, Vitor Nunes. (1986). Coronelismo, enxada e voto: o município e o regime representativo no Brasil. 5ª edição, São Paulo, Alfa-Omega.
Limongi, Fernando.(1989) Mentores e clientela da Universidade de São Paulo. In: MICELI, Sérgio. História das Ciências Sociais no Brasil. São Paulo: Vétice; Revista dos Tribunais; Idesp.
Machado, Suelen F.; Teruya, Teresa K. (2007), “O manifesto de 1932 e as repercussões na formação de professores da rede pública de ensino”, in VII jornada do histedbr “o trabalho didático na história da educação”. Campo Grande, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul.
Massi, Fernanda. (1989). “Franceses e norte-americanos nas ciências sociais brasileiras (1930-1960)”, in Miceli, S. (org.). História das ciências sociais no Brasil, v. 1. São Paulo, Vértice/Idesp.
Meucci, Simone. (2000). A institucionalização da sociologia no Brasil: os primeiros manuais e cursos. (Dissertação de Mestrado) Programa de Pós-Graduação em Sociologia. Campinas, SP: Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. UNICAMP/Campinas, SP.
Meucci, Simone. (2001). “Os primeiros manuais didáticos de sociologia no Brasil”. Estudos de Sociologia, v. 6, n. 10, pp. 121-157. [Consult. 10-07-2020]. Disponível em http://seer.fclar.unesp.br/estudos/article/view/184
Miceli, Sergio. (1989). “Condicionantes do desenvolvimento das Ciênciais Sociais”, in Miceli, S. (Org.). História das Ciências Sociais no Brasil. São Paulo, Editora Vértice/IDESP/FINEP, pp. 72-110
Miceli, Sérgio. (1979). Intelectuais e classe dirigente no Brasil (1920-1945). São Paulo, Difusão Editorial.
Moraes, Amaury C. (2011). “Ensino de Sociologia: periodização e campanha pela obrigatoriedade”. Cadernos CEDES, v. 31. [Consult. 10-07-2020]. Disponível https://doi.org/10.1590/S0101-32622011000300004
Moraes, Didier D. (2016). Uma trajetória do design do livro didático no Brasil: a Companhia Editora Nacional, 1926-1980. Tese (Doutorado em Design e Arquitetura). Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo.
Moraes, Lívia. (2016). “Ciências sociais e intelectualidade: ciência, educação e política”. Educ. Pesqui., v. 42, n. 2, pp. 395-409. [Consult. 10-07-2020]. Disponível em https://doi.org/10.1590/S1517-9702201606140748
Nascimento, Alessandra S. (2012). Fernando Azevedo: dilemas na institucionalização da Sociologia no Brasil. São Paulo, Cultura Acadêmica.
Nascimento, Alessandra S. (2010). “Fernando de Azevedo: institucionalização da sociologia e modernização brasileira”. Perspectivas: Revista de Ciências Sociais. v. 32. [Consult. 10-07-2020]. Disponível em https://periodicos.fclar.unesp.br/perspectivas/article/view/3557
Oliveira, Amurabi; Cigales, Marcelo P.; Engerroff, Ana M. B. (2021). “Disputas e concepções de Sociologia no campo educacional brasileiro: Fernando Azevedo e Alceu Amoroso Lima”. Perspectiva, v. 39, n. 4, pp. 1-18. [Consult. 10-07-2020]. Disponível em https://periodicos.ufsc.br/index.php/perspectiva/article/view/72122
Penna, Maria Luiza. (2010). Fernando de Azevedo. Recife, Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana.
Bourdieu, Pierre. (2007). A Distinção: crítica social do julgamento. São Paulo/Porto Alegre, EDUSP/Zouk.
Bourdieu, Pierre. (2001). Meditações Pascalianas. Rio de Janeiro, Bertrand.
Bourdieu, Pierre. (1983). Questões de sociologia. Rio de Janeiro, Marco Zero.
Bourdieu, Pierre. (1996). Razões práticas: Sobre a teoria da ação. Campinas, Papirus.
Bourdieu, Pierre. (2009). Senso Prático. Petrópolis, Vozes.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Caio dos Santos Tavares
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.
b. Compartilhar - copiar e distribuir o material em qualquer meio ou formato.
Adaptar - remix, transformar e construir sobre o material para qualquer finalidade, inclusive comercial.
c. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
d. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Authors who publish in this journal agree to the following terms:
a. Authors retain the copyright and grant the magazine the right of first publication, with work simultaneously licensed under the CCreative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.
b. Share - copy and distribute the material in any medium or format.
Adapt - remix, transform and build on the material for any purpose, including commercial.
c. Authors are authorized to take additional contracts separately, for non-exclusive distribution of the version of the work published in this journal (eg, publish in institutional repository or as a book chapter), with acknowledgment of authorship and initial publication in this journal.
d. Authors are allowed and encouraged to publish and distribute their work online (eg.: in institutional repositories or on their personal page) at any point before or during the editorial process, as this can generate productive changes as well as increase the impact and the citation of the published work (See The Effect of Free Access).