Depuração dos sentidos e ascese no Livro VI do Diálogo sobre a música de Santo Agostinho
DOI:
https://doi.org/10.47456/sofia.v8i2.23159Resumo
RESUMO: o artigo visa propor uma breve reflexão sobre a doutrina das sensações em Santo Agostinho, a partir do Diálogo sobre a música (387-391). O De musicaé considerado um grande projeto agostiniano no âmbito das artes liberais resultante de seu magistério de retórica durante sua estadia em Milão. Nele podemos identificar elementos importantes para se pensar uma ‘estética’ agostiniana, com bases nas estruturas mentis neoplatónicas, cujo enfoque maior se dá no carácter ascensional da alma e seus sentidos. Na concepção neoplatónica assumida por Agostinho, através da impressão sensorial produzida nos órgãos corpóreos, a alma vê o rastro das formas inteligíveis, neste âmbito a própria sensação, como escreve Agostinho, nos conduz para a contemplação do inteligível. E assim, ao modo como a sensação se produz na alma, Plotino também interpreta como atividade da alma, a memória, os sentimentos, as paixões, as volições, e tudo que a ele se liga. As nossas anáises centralizam-se somente no livro sexto, onde Agostinho fixa a sua exegese no itinerário da alma a Deus, numa gradual ascensão que parte desde a educação dos sentidos, isto é, a audição, a visão, perpassa a conversão do olhar até alcançar a trancendentalização perceptivo-sensorial, demonstrando que os movimentos da alma estão em analogia às harmonias e ritmos da música. De acordo com Agostinho, os ritmos da sensação são realizados pela memória porque mesmo no silêncio e sobretudo no sono recordo as paixões da alma no corpo como se a alma estivesse em plena atividade resistindo ou consentindo as paixões do corpo.
Palavras Chaves: Agostinho. Sensações. Neoplatonismo. Musica. Deus
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