Amor-próprio e a reversão da regra emocional central do Ocidente

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/sofia.v12i2.42542

Palavras-chave:

regra emocional do amor, amor-próprio, poder emocional, governo, paixões

Resumo

O artigo discute a transformação da principal regra emocional do Ocidente: o amor. As leituras que Reforma e Contrarreforma fizeram da obra de Santo Agostinho colocaram a regra do amor no centro dos tratados de governo das paixões do século XVII. O período de guerras religiosas e unificação dos Estados nacionais fez com que a regra agostiniana fosse deslocada para a política, com o amor-próprio operando como uma grade de leitura pessimista das condutas de súditos e adversários. Se na primeira metade do século a condenação cristã do amor-próprio e o governo neoestoico das paixões se confundiu com a nascente Razão de Estado, na segunda metade ocorreu uma reversão da regra emocional. A concepção jansenista de como a providência divina dispôs dos amores-próprios para colocar a satisfação de um a serviço das necessidades dos outros operou como modelo para a Economia Política e o nascente liberalismo. Com isso, o amor-próprio esclarecido foi afirmado como norma política, mediado pelo dispositivo emocional do comércio.

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Biografia do Autor

Daniel P. Andrade, FGV EAESP

Professor de sociologia da FGV EAESP e pesquisador associado do Laboratoire Sophiapol, doutor e mestre em sociologia pela FFLCH-USP, com estágio doutoral na EHESS-Paris e pós-doutoral na Université Paris Ouest Nanterre La Défense. Autor do livro Nietzsche – experiência de si como transgressão, Annablume, 2007 e de artigos nacionais e internacionais sobre o poder emocional nas sociedades moderna e contemporânea e sobre governamentalidade neoliberal.

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Publicado

29-12-2023

Como Citar

Andrade, D. P. (2023). Amor-próprio e a reversão da regra emocional central do Ocidente. Sofia , 12(2), e12242542. https://doi.org/10.47456/sofia.v12i2.42542

Edição

Seção

Dossiê Filosofia das Emoções