Corpos indígenas e a dupla face da vida nua
DOI:
https://doi.org/10.47456/sofia.v13i1.44947Palavras-chave:
ética e filosofia política, Giorgio Agamben, vida nua, povos origináriosResumo
Com um passo que transborda a intenção primeira de Giorgio Agamben na configuração do conceito de vida nua, procura a presente investigação indagar se seria possível enxergar nele potencialidades. Algumas pistas deixadas pelo filósofo no decorrer da sua obra poderiam nos ajudar nesse processo de conversão. Uma delas alude ao modelo franciscano de uma vida fora do direito em Altissima povertà, que não deixa de ser uma vida que se pretende nua, assim como parece se irmanar com alguma experiência dos povos ameríndios. Em relação aos corpos dos povos originários do nosso país, uma primeira acepção de sua vida nua é que se trata de vida precária: os povos da floresta são na nossa realidade jurídica violenta os que mais estão expostos à morte. Em uma segunda acepção, porém, mais afinada com a ideia de se pensar outra vida nua, a nudez indígena filosoficamente considerada teria algo a nos ensinar.
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