Heidegger, a techne como um modo da verdade e o fim da filosofia

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.47456/sofia.v13i2.46287

Palabras clave:

técnica, verdade, fim da filosofia, Aristóteles, Platão

Resumen

Este artigo analisa a relação entre τέχνη e ἀλήθεια, mostrando como Heidegger recorre a essas concepções gregas para afirmar que a técnica moderna representa o fim da filosofia. Trata-se de ler Heidegger a partir de sua própria obra, assumindo como ponto de partida as preleções O Sofista de Platão (1924/1925). Nestas, ao preparar a interpretação do diálogo platônico, Heidegger mostra que, em Aristóteles, ἐπιστήμη e τέχνη são os dois modos imediatos do ἀληθεύειν e dizem respeito, respectivamente, àquilo que propicia o saber (ἐπιστημονικόν) e a reflexão (λογιστικόν). Em sua obra tardia, Heidegger postula a técnica moderna, cuja essência é denominada Ge-stell, como o fim da filosofia. Nesse cenário, este artigo propõe construir uma chave de leitura para a técnica moderna como fim da filosofia a partir da interpretação que Heidegger apresenta sobre a τέχνη em Platão e Aristóteles. Argumenta-se que a técnica moderna não é apenas um meio para um fim, mas um modo da verdade que subjugou até mesmo o pensar filosófico, culminando no domínio da técnica sobre todas as esferas da existência.

Biografía del autor/a

  • Luís Gabriel Provinciatto, Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas)

    Doutor em Ciência da Religião pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e em Filosofia pela Universidade de Évora (Portugal). Docente da Faculdade de Filosofia da PUC-Campinas. Atualmente, realiza estágio pós-doutoral no Departamento de Filosofia da PUC-Rio.

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Publicado

31-12-2024

Número

Sección

Heidegger e Aristóteles: A transformação hermenêutica da fenomenologia (1921-1924)

Cómo citar

Provinciatto, L. G. (2024). Heidegger, a techne como um modo da verdade e o fim da filosofia. Sofia , 13(2), e13246287 . https://doi.org/10.47456/sofia.v13i2.46287