Heidegger e sua tradução de κόσμος por welten

uma nota a respeito da mundaneidade do mundo

Autores/as

  • Luís Gabriel Provinciatto Pontifícia Universidade Católica de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.47456/sofia.v10i1.34536

Palabras clave:

Mundo. Mundificar. Verdade. Ser-em. Ser-no-mundo

Resumen

Parte-se aqui de uma indicação feita por Martin Heidegger (1889-1976) no §11 das preleções Princípios metafísicos da lógicaa partir de Leibniz (1928): a tradução da concepção grega deκόσμος (mundo) por welten (mundificar). Contudo, o que a justifica? O que nela está implicado? Assumindo essa problemática, o presente trabalho expõe que à base de tal proposta de tradução vige um conceito transcendental de mundo, queevidencia precisamente a mundaneidade do mundo, tal como exposta, a princípio, no §21 das preleções Prolegômenos para uma história do conceito de tempo (1925). Com vistas a entender essa mundaneidade do mundo, expõe-se, por um lado, o caráter ontológico do ser-em, que caracteriza o ser-no-mundo, e, por outro, sua vinculação com a concepção heideggeriana de verdade como pôr-a-descoberto (ἀλήθεια), o que possibilita entender que “mundo” é algo que está como que encoberto, devendo ser trazido pelo ser-aí à condição de desencoberto. Esse desencobrimento originário do mundo se dá através de um modo específico, o da mão, que, no entanto, não é o único modo de pôr-a-descoberto o ser do ente. Isso, por fim, justifica que o mundificar diz respeito ao modo de ser do ente e não ao ser ele mesmo, logo, que mundo não é a mera soma das coisas, mas um como do ser.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Luís Gabriel Provinciatto, Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Mestrando em Ciências da Religião com bolsa de fomento CAPES. Graduação em Filosofia.

Citas

BLANC, M. F. O fundamento em Heidegger. Lisboa: Instituto Piaget, 1998.

BORGES-DUARTE, I. Glossário. In: HEIDEGGER, M. Caminhos de floresta. GA 5. 2 ed. Coordenação científica da edição e tradução: Irene Borges-Duarte. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2012, p. XXI-XXXIII.

BROGAN, W. A. Heidegger and Aristotle: the twofoldness of being. Albany: State University of New York Press, 2005.

CASANOVA, M. A. Mundo e historicidade: leituras fenomenológicas de Ser e tempo – volume 1: existência e mundaneidade. Rio de Janeiro: Via Verita, 2017.

_____. Nota de tradução. In: HEIDEGGER, M. Os problemas fundamentais da fenomenologia. Petrópolis: Vozes, 2012, p. 28.

GRIMM, J.; GRIMM, W. Deutsches Wörterbuch. Band 3. Leipzig: Quellenverzeichnis, 1971.

HEIDEGGER, M. A coisa. In: HEIDEGGER, M. Ensaios e conferências. GA 7. Trad.: Emanuel Carneiro Leão. Petrópolis: Vozes, 2001, p. 143-164.

_____. A essência do fundamento. In: HEIDEGGER, M. Marcas do caminho. GA 9. Trad.: Ênio Paulo Giachini e Ernildo Stein. Petrópolis: Vozes, 2008, p. 134-188.

_____. A origem da obra de arte. In: HEIDEGGER, M. Caminhos de floresta. GA 5. 2 ed. Trad.: Irene Borges-Duarte e Filipa Pedroso. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2012a, p. 7-94.

__¬¬¬__. Der Satz vom Grund. GA 10. Frankfurt am Main: Vittorio Klostermann, 1997.

_____. Die Idee der Philosophie und das Weltanschauungsproblem. In: HEIDEGGER, M. Zur Bestimmung der Philosophie. GA 56/57. Frankfurt am Main: Vittorio Klostermann, 1999, p. 1-117.

_____. Introdução à filosofia. GA 27. Trad.: Marco Casanova. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2009.

_____. Logik. Die Frage nach der Wahrheit. GA 21. Frankfurt am Main: Vittorio Klostermann, 1976.

_____. Meditação. GA 66. Trad.: Marco Casanova. Petrópolis: Vozes, 2010.

_____. Metaphysische Anfangsgründe der Logik im Ausgang von Leibniz. GA 26. Frankfurt am Main: Vittorio Klostermann, 1978.

_____. Os problemas fundamentais da fenomenologia. GA 24. Trad.: Marco Casanova. Petrópolis: Vozes, 2012b.

_____. Phänomenologische Interpretationen zu Aristoteles. Einführung in die phänomenologische Forschung. GA 61. Frankfurt am Main: Vittorio Klostermann, 1985.

_____. Platon: Sophistes. GA 19. Frankfurt am Main: Vittorio Klostermann, 1992.

_____. Prolegomena zur Geschichte des Zeitsbegriffs. GA 20. 3ed. Frankfurt am Main: Vittorio Klostermann, 1994.

_____. Sein und Zeit. GA 2. Frankfurt am Main: Vittorio Klostermann, 1977.

_____. HERRMANN, F. W. von. A ideia de fenomenologia em Heidegger e Husserl. Fenomenologia hermenêutica do aí-ser e fenomenologia reflexiva da consciência. Trad.: Pedro Sobral Pignatelli. Phainomenon. Revista de fenomenologia, n. 7, 2003, p. 155-194.

LARA, F. El ser-en como tal. In: RODRÍGUEZ, R. Ser y tiempo de Martin Heidegger: un comentario fenomenológico. Madrid: Tecnos, 2015, p. 145-166.

LEÃO, E. C.; FOGEL, G.; SCHUBACK, M. S. C. Glossário da tradução. In: HEIDEGGER, M. Ensaios e conferências. Trad.: Emanuel Carneiro Leão; Gilvan Fogel; Márcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis: Vozes, 2001, p. 261-268.

NUNES, B. Heidegger. São Paulo: Loyola, 2016.

PISETA, E. E. O manual e a manualidade. In: Síntese – Revista de Filosofia, n. 30, v. 98, 2003, p. 385-406.

REIS, R. R. El concepto existencial de ciencia. In. RODRÍGUEZ, R. (ed.). Guía Comares de Heidegger. Granada: Comares, 2018, p. 121-142.

RIVERA, J. (2018). Notas del traductor. In: HEIDEGGER, M. Ser y tiempo. Madrid: Trotta, p. 421-448.

RODRÍGUEZ, R. “La exposición de la tarea de un análisis preparatorio del Dasein (§§8-11)”. In: RODRÍGUEZ, R (org.). Ser y tiempo de Martin Heidegger: un comentario fenomenológico. Madrid: Tecnos, 2015, p. 51-70.

RUBIO, R. G. El estar-en-el-mundo en general como constitución fundamental del Dasein. In: RODRÍGUEZ, R. Ser y tiempo de Martin Heidegger: un comentario fenomenológico. Madrid: Tecnos, 2015, p. 71-88.

SAFRANSKI, R. Ein Meister aus Deutschland: Heidegger und seine Zeit. Frankfurt am Main: Fischer Taschenbuch Verlag, 1997.

STAPLETON, T. Dasein asbeing-in-the-world. In: DAVIS, B. W. Martin Heidegger: key concepts. Trowbridge, United Kingdom: Cromwell Press, 2010, p. 44-56.

VOLPI, F. Heidegger e Aristotele. Roma: Laterza, 2014.

Publicado

19-02-2022

Cómo citar

Provinciatto, L. G. (2022). Heidegger e sua tradução de κόσμος por welten: uma nota a respeito da mundaneidade do mundo. Sofia , 10(1), 96–115. https://doi.org/10.47456/sofia.v10i1.34536

Número

Sección

Martin Heidegger e o destino da Fenomenologia