A natureza agápica da conduta pragmática
ciência como busca ética pela verdade
DOI :
https://doi.org/10.47456/sofia.v12i2.41442Mots-clés :
agapismo, ciência , crença, negacionismo científico , verdadeRésumé
Buscamos compreender neste trabalho o papel do pragmatismo de Peirce enquanto face ética da investigação científica e como instanciação da lei evolucionária do amor criativo, ou Agapismo. Em meio ao cenário informacional contemporâneo no qual as redes se tornam plataformas para a transmissão de crenças por contágio, a desconfiança no método científico se intensifica e promove atitudes negacionistas, bem como o consequente desprezo pela alteridade dos fatos. Nesse contexto, é possível questionar: o método científico está sujeito à dinâmica comunicacional de nosso tempo? Isto é, seus produtos serão, de algum modo, influenciados pela desinformação? Como suporte teórico à análise deste cenário, convocamos o princípio evolutivo agápico defendido por Peirce em seu ensaio Evolutionary love, segundo o qual todo o cosmo evolui, em busca da harmonia como ideal aglutinador. Tal princípio evolutivo, enquanto uma lei geral, apresenta-se por meio de sua instanciação que julgamos estar configurada na conduta pragmática. Sob o ponto de vista do pragmatismo, na medida em que toma a alteridade da realidade como guia corretivo de conduta, o curso da história deverá, malgrado a custos conflitivos altos e de seu próprio retardamento, desmobilizar o desprezo pela ciência e uso irresponsável das plataformas comunicacionais, fazendo com que as novidades resultantes de nosso tempo sejam incorporadas cada vez mais na estrutura de nossos hábitos ao mesmo tempo em que promovem mudanças em nós.
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© Renan Henrique Baggio 2023
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