Sartre e Politzer; Sartre and Politzer
Os ecos de uma teoria e a busca por uma psicanálise existencial concreta; The echoes of a theory and the search for a concrete existential psychoanalysis
DOI:
https://doi.org/10.47456/sofia.v11i1.36715Palavras-chave:
Sartre, Politzer, Freud, psicanálise existencial, subjetividade concreta, existential psychoanalysis, concrete subjectivityResumo
O presente trabalho tem por objetivo discutir as bases teóricas das interlocuções entre Sartre, Politzer e a psicanálise clássica. Apresentaremos os conceitos-chave para compreender o que a psicanálise existencial, em sua proximidade com o projeto politzeriano de uma psicologia concreta, visa na estruturação da psique. Para entendermos como a noção de concreto entra na teoria sartreana da consciência fenomenológica, interrogaremos as influências do pensamento de Politzer sobre o projeto de uma psicanálise existencial. Mediante a ruptura com a inconsciência e a substituição do inconsciente pelo âmbito pré-reflexivo dos sujeitos, entenderemos que o agente sabe da ação, mas não tem conhecimento de si enquanto agente. Desde aquilo que é dramatizado pela concretude do sujeito em primeira pessoa, depreender-se-á: se não existem forças que lhe sejam antagônicas, então a consciência é inteira, espontânea, concreta e absolutamente livre.
Abstract
The present work aims to discuss the theoretical bases of the interlocutions between Sartre, Politzer and classicalpsychoanalysis. We will present the key concepts to understand what existential psychoanalysis, in its proximity to the politzerian project of a concrete psychology, aims at structuring the psyche. In order to understand how the notion of the concrete enters Sartre's theory of phenomenological consciousness, we will question the influences of Politzer's thought on the project of an existential psychoanalysis. Through the rupture with unconsciousness and the replacement of the unconscious by the pre-reflective scope of the subjects, we will understand that the agent knows about the action, but has no knowledge of himself as an agent. From what is dramatized by the concreteness of the subject in the first person, we will infer: if there are no forces that are antagonistic to it, then consciousness is whole, spontaneous, concrete and absolutely free.
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