Proteção social em tempos de capitalismo financeiro
DOI:
https://doi.org/10.18315/argumentum.v7i2.11400Resumo
Tem sentido debater sobre o campo da proteção social nesses tempos de capitalismo financeiro? A estrutura criada particularmente após a II GM na concertação entre capital x trabalho “desmanchou-se no ar”? Em tempos de barbárie já não é hora de reconhecermos a funcionalidade unilateral das políticas sociais ao capital, tantas vezes anunciadas? Essas inquietações teóricas, a meu ver, são o motor do lúcido artigo da professora Rosa Marques. Provocada pelo desmanche da proteção social tão presente hoje no debate da Grécia para se adequar à Troika, mas que também pode ser encontrado em Portugal, onde os credores internacionais apontam regras aos países, dirigidas as já precárias condições de sobrevivência da classe trabalhadora. Mexe-se, diminuindo os valores, nas pensões, criam-se critérios cada vez mais excludentes ao acesso aos benefícios sociais, mercantiliza-se a saúde, desoneram-se as empresas e criam-se obstáculos às garantias do trabalho. Tudo isso em nome do “ajuste estrutural” necessário ao capital. Ao mesmo tempo assistimos refugiados a vagar pelo mundo, sendo obstaculizados por construção de muros em números cada vez maior! E a sua assistência a ser requerida a boa vontade privada e da benemerência, no movimento de impor aos trabalhadores o custo da destruição que o capital financeiro vem impondo à população mundial. Esse quadro permite à autora questionar o “não lugar” posto a proteção social no capitalismo contemporâneo, o do capital fetiche. Para a expansão e acúmulo de riqueza não é necessário aquilo que sedimentou, como nos mostra na primeira parte do texto, os projetos de Welfare State, ou seja, a esfera produtiva que gerou a proteção social como um instrumento potente na reprodução social da classe trabalhadora, tanto do ponto de vista da lógica funcional do capital, bem como das lutas travadas pelos trabalhadores para incorporarem ao salário benefícios. Esse foi um período rico em lutas coletivas; as leis protetivas eram produtos de pressões de partidos e sindicatos comprometidos com a classe trabalhadora. Aí vislumbrava-se concretamente a luta de classes!
Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Termo de Cessão de Direitos Autorais
Como condição para a submissão, os autores devem concordar com o Termo de Cessão de Direitos Autorais, marcando a caixa de seleção após a leitura das cláusulas.
O(s) autor(es) doravante designado(s) CEDENTE, por meio desta, cede e transfere, de forma gratuita, a propriedade dos direitos autorais relativos à revista Argumentum, do Programa de Pós-graduação em Política Social, Universidade Federal do Espírito Santo - Av. Fernando Ferrari, 514 - Goiabeiras 29075-910, Vitória (Brasil) doravante designada CESSIONÁRIA, nas condições descritas a seguir:
1. O CEDENTE declara que é (são) autor(es) e titular(es) da propriedade dos direitos autorais da OBRA submetida.
2. O CEDENTE declara que a OBRA não infringe direitos autorais e/ou outros direitos de propriedade de terceiros, que a divulgação de imagens (caso as mesmas existam) foi autorizada e que assume integral responsabilidade moral e/ou patrimonial, pelo seu conteúdo, perante terceiros.
3. O CEDENTE cede e transfere todos os direitos autorais relativos à OBRA à CESSIONÁRIA, especialmente os direitos de edição, de publicação, de tradução para outro idioma e de reprodução por qualquer processo ou técnica. A CESSIONÁRIA passa a ser proprietária exclusiva dos direitos referentes à OBRA, sendo vedada qualquer reprodução, total ou parcial, em qualquer outro meio de divulgação, impresso ou eletrônico, sem que haja prévia autorização escrita por parte da CESSIONÁRIA.
4. A cessão é gratuita e, portanto, não haverá qualquer tipo de remuneração pela utilização da OBRA pela CESSIONÁRIA.