Vieira da Cunha e Oswald de Andrade: uma analogia entre o Nacionalismo na Arte e o Manifesto Antropofágico

Autores

  • Vanessa Pereira Vassoler Universidade Federal do Espírito Santo

Resumo

A polêmica e a crise dos valores na arte do início do século XX, relacionado ao questionamento sobre a produção artística da época, considerada atrasada e cópia dos Movimentos da Europa, impulsionaram um grupo de artistas e intelectuais do Brasil a intercederem por uma arte que representasse a nossa cultura e o seu contexto. Este estudo apresentará o artigo “Nacionalismo na Arte” e fará uma análise com o “Manifesto Antropofágico”, obras de dois intelectuais brasileiros do início do século XX, Antônio B. Vieira da Cunha (ES) e Oswald de Andrade (SP), com o objetivo de expor a forma como ambos identificaram a necessidade imediata da renovação da arte, através da atualização estética e linguística, agregando os ícones da nossa cultura. Será averiguada a importância dos atos dos intelectuais da época de Vieira da Cunha para o amadurecimento do Movimento Modernista e a realização da Semana de 22.

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Biografia do Autor

Vanessa Pereira Vassoler, Universidade Federal do Espírito Santo

Formada em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Espírito Santo (2001). Aluna do Mestrado de Artes da Universidade Federal do Espírito Santo.

Referências

O Morro do Castelo é um claro exemplo do convívio, na cidade, de duas temporalidades distintas, o “moderno” e o “antigo”. O moderno representado pela Avenida Rio Branco, com seus palacetes imponentes e, logo acima, o morro, com sua “aldeia de botocudos”, à margem da civilização. A cidade civilizada, a cidade europeia, não podia mais conviver com a cidade indígena e colonial. (BRANDÃO, 2003, p. 37)

Tanto que a virada do século XIX para o XX ficou conhecida como um período de predomínio do higienismo e do sanitarismo, em que as autoridades, entre outras coisas, recomendavam a demolição de habitáculos, estimulando a construção de habitações fora do perímetro urbano (SAMPAIO; PEREIRA, 2003, p.167).

“tomados deste sentimento de orgulho e resignação, os intelectuais brasileiros se auto-elegem executores de uma missão: encontrar a identidade nacional, rompendo com um passado de dependência cultural” (VELLOSO, 1993, p 1)

“a escola modernista de Recife de 1870 sob a liderança de Tobias Barreto e tendo nomes como, Silvio Romero, Graça Aranha, Capistrano de Abreu e Euclides da Cunha” (VELLOSO, 2006, p. 354).

[...] humoristas, poetas e romancistas deslocavam-se por confeitarias, livrarias e redações de jornais, formando grupos que podiam reunir nomes de grande prestígio – como Olavo Bilac e Coelho Neto – até nomes de jovens principiantes e recém-chegados [...] (SEVCENKO, 1989, p.66)

“[...] no Brasil percebemos que o internacionalismo será exaltado como recurso para o rompimento com o academicismo passadista, por meio da nova informação que chega de Paris. Atualizar as ideias de estética a partir de modelos europeus recentes, sobretudo na área de Artes Plásticas, surgiu como uma possiblidade de renovação para a arte brasileira [...]” (AMARAL, 1998, p. 23).

“A polêmica exposição de Anita Malfatti, em 1917, antes mesmo da Semana de Arte Moderna, dava mostras do conturbado período pelo qual passaria a nossa cultura. Teria a pintora se tornado a precursora de tais transformações, não fosse pela crítica ferina de Monteiro Lobato à sua arte [...]” (OLIVEIRA (2012, 83).

“[...] teve, no parlamento nacional e nos outros grandes órgãos de publicidade do Brasil e do estrangeiro, a mais simpática e profunda repercussão” (REVISTA CAPICHABA, 1927, p.26).

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Publicado

28-12-2016

Como Citar

Vassoler, V. P. (2016). Vieira da Cunha e Oswald de Andrade: uma analogia entre o Nacionalismo na Arte e o Manifesto Antropofágico. Revista Do Colóquio, 6(11), 67–77. Recuperado de https://periodicos.ufes.br/colartes/article/view/14663