Salão em crise
tensões entre tradição e ruptura no salão de 1919
DOI:
https://doi.org/10.47456/fn5xdw64Palavras-chave:
Vieira da Cunha, Salão de Belas Artes de 1919, Crítica de ArteResumo
Na crônica que dedica ao Salão Nacional de Belas Artes de 1919, Antônio Vieira da Cunha tece uma crítica contundente à rigidez do academicismo da Escola Nacional de Belas Artes, cuja permanência comprometia a vitalidade da arte brasileira. Observando um panorama de estagnação criativa, o autor denuncia o apego das gerações de artistas a modelos europeus já exauridos, revelando um cenário em que a repetição formal sufoca qualquer possibilidade de renovação expressiva. Em contraponto a esse mimetismo, ele defende a urgência de um olhar voltado à singularidade da paisagem e da cultura nacional, apontando nelas um potencial fértil para linguagens artísticas mais autênticas. Vieira da Cunha evidencia as limitações do modelo pedagógico da ENBA, cuja ênfase excessiva na técnica sufoca a liberdade criativa e inviabiliza a formação de um pensamento artístico autônomo.
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