Divinização e religiosidade sob o imperador Trajano na concepção de Plínio, o jovem

Abstract

Durante o Principado romano as práticas e as construções políticas encontravamse
profundamente marcadas pela ambiguidade. A necessidade de adequação entre o poder imperial, concentrado na mão do césar, e as tradições morais, defendidas pelo Senado, traduziasemuitas vezes em construções marcadas por contradições e paradoxos justificadores do estabelecimento de um modus vivendi que favorecesse a acomodação dos valores antigos com a realidade política do período. O Panegírico de Trajano é um exemplo desse tipo de construção, pois nele seu autor, Plínio, o Jovem, buscou aproximar divergências de ideias em favor das práticas políticas impostas pelo regime. É dessa forma que a divinização e a religiosidade em torno do imperador Trajano são tratadas no discurso pliniano, obedecendo a uma busca de conciliação entre os diversos fatores que orbitavam a política imperial romana.