Ficção e imagem, verdade e história: sobre a poética dos rastros
Abstract
Partindo do questionamento sobre em que medida os conceitosde ficção, imagem, verdade e história podem ser pensados em sua relação tensa,primeiro faz-se uma incursão na história da construção da noção dehistória/historiografia como algo independente da ficção e das imagens.Partindo-se da crítica de Platão às imagens como cópias e derivados daverdade, passa-se pela teoria aristotélica da diferença entre a tragédia e ahistoriografia para, encerrando o périplo pela Antiguidade, se mostrar emPlauto a autoconsciência, em suas comédias, quanto o momento ilusório daarte, que indica também uma paulatina construção das ideias de obra em suadistinção do mundo concreto, bem como de um conceito de autor. A partirda obra Princípios Gerais da Ciência Histórica (Leipzig, 1752), de Johann Martin Chladenius, mostra-se então as duas grandes fobias da história historicista: apossibilidade de contaminação pela ficção e sua iconofobia. Com osromânticos de Iena se destaca em que medida desde então não podemosmais pensar a representação (Vorstellung) como algo independente da―contaminação‖ com a dissimulação (Verstellung). Com Adorno se recordaque a arte é "escrita histórica inconsciente". O conceito de traço é entãosolicitado para caracterizar a modernidade: tanto pela obsessão burguesa emdeixar seus traços e marcas na sua esfera do lar, de intimidade, como pelodesenvolvimento das novas técnicas de identificação policial de traços. Porfim, pensa-se o traço como parte do testemunho. Na era das catástrofes epós-catástrofes, aprendemos a ler a cultura como conjunto de ruínas e detraços que testemunham a barbárie.Downloads
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Published
11-11-2013
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Section
Dossiê: Intelectuais, Historiografia e História Intelectual
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