A RESSIGNIFICAÇÃO DOS FESTIVAIS COM A PASSAGEM DO TEMPO

UM OLHAR SOBRE A CIDADE DE TIRADENTES

Autores

  • Flavio Lins Rodrigues Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Helena Carmo Faculdades Integradas Hélio Alonso
  • Alessandra Porto Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC-RJ)

Palavras-chave:

Festival, Imagem, Tiradentes

Resumo

Este artigo propõe-se a discutir a ‘febre’ dos festivais em cidades de diversas partes do mundo como uma oportunidade de reinvenção dos lugares, em uma disputa acirrada para atrair turistas e fomentar a economia local. Para isso, faz-se um levantamento sobre o conceito de festivalização, com autores como Collins e Falassi, que retomam as origens desse fenômeno, Durkheim, para quem as festas religiosas primitivas celebravam a comunidade e as pessoas passavam a compartilhar um ideal coletivo, Maffesoli e o conceito de genius loci, ou seja, de uma construção imaginária para o lugar, do qual festivais são estratégicas de promoção de cidades. Interessa-nos, portanto, estudar como esse “investimento” na produção de eventos vem se transformando em uma importante narrativa para a construção da cidade-produto, para a qual precisa ser constantemente atraída um público em busca de experiências e emoções que propiciem que as cidades recuperem o vigor econômico por meio de uma economia ancorada nos festivais. Como manifestação dessa vivência local, muitas vezes potencializada pela história do lugar, temos o exemplo da cidade de Tiradentes, em Minas Gerais, estudo de caso deste artigo.

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Biografia do Autor

Helena Carmo, Faculdades Integradas Hélio Alonso

Professora das Faculdades Integradas Hélio Alonso, Doutora em Comunicação (UERJ) e Mestre em Comunicação e Cultura (UFRJ).

Alessandra Porto, Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC-RJ)

Professora do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC-RJ), Mestre e Doutoranda em Comunicação (UERJ).

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Publicado

04-10-2021