Cosmopolitismos Como Discurso Colonial E Tradução Literária
DOI:
https://doi.org/10.47456/pl.v11i28.36012Palavras-chave:
Tradução e cosmopolitismo, Tradução literária e o nacional-popular, Tradução literária e imperialismo estadunidenseResumo
Apresenta-se a hipótese de que o cosmopolitismo opera como potência do discurso regulador da exploração na divisão internacional do trabalho, em que o nacionalismo - proscrito pelo argumento cosmopolitista - tem sido historicamente praticado, de díspares formas, pelos países centrais, com destaque para os Estados Unidos em seu projeto imperialista. A relação da literatura e da tradução literária com os processos transnacionais editoriais face ao cosmopolitismo contemporâneo convoca a análise das determinações dele resultantes, entre as quais, a manutenção dos povos periféricos como corrente auxiliar do circuito multinacional, produzindo a balcanização do conhecimento periférico, ao mesmo tempo que se incute no imaginário desses países dependentes a ilusão da totalidade. Busca-se subsidiar essa hipótese recorrendo-se (1) ao mito do herói Cú-Cullain na literatura traduzida para o irlandês como epítome da construção de um ethos nacionalista anticolonial; (2) ao trabalho da tradutora Else Vieira para assinalar a preponderância da prática tradutória em projetos de afirmação nacional e (3) à discussão de viés cosmopolitista sobre a consagração mundial de Roberto Bolaño como um dos latinoamericanos mais traduzidos no contemporâneo. A perspectiva nacional-popular é apresentada como resposta ao cosmopolitismo, como via para um nacionalismo não burguês, não xenofóbico, não anti-internacionalista, que dê consequência às condições objetivas históricas que nos constituem.
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